Mestre dos Mares - Uma Aventura Naval Épica
Mestre dos Mares é um filme americano de 2003 dirigido por Peter Weir e estrelado por Russel Crowe, Paul Bettany, James D'Arcy e Edward Woodall. A história é fictícia, mas se passa em 1805 durante as Guerras Napoleônicas (1803-1815). A Fragata britânica "Surpresa" recebeu ordens de localizar e capturar a fragata francesa "Archeron", que está afundando navios comerciais ingleses pelo Atlântico e o Pacífico. As cenas são realistas e as batalhas épicas. A música é estonteante e a atuação é uma das melhores da História do Cinema. O filme é bem longo, quase três horas, e boa parte do tempo fica focado no cotidiano da tripulação durante essas longas viagens. O filme é excelente, mas não recomendo para aqueles que não tenham paciência durante os longos minutos de navegações e diálogos longos que o filme mostra. Detalhe: os navios usados são reais!
As Guerras Napoleônicas - Napoleão versus Toda a Europa
As Guerras Napoleônicas foram várias campanhas militares lançadas pela França Imperial contra as outras nações européias. Napoleão Bonaparte era um líder nato e gênio militar. Iniciou a conquista da Europa em 1803 e em 1807 era dono de tudo. Os exércitos europeus haviam sido totalmente destruídos. Porém, duas nações continuavam a resistir ao imperador francês: Inglaterra e Rússia. Enquanto a primeira era impossível de ser atacada por ser uma ilha, Napoleão se concentrou em dominar a Rússia. Em 1812, Napoleão invadiu a Rússia e após incríveis vitórias foi forçado a recuar perante a vinda do rigoroso inverno russo que aniquilou quase todo o exército francês. Em 1813, as nações ocupadas pelos franceses se revoltaram e cercaram a França. Em 1814, Napoleão foi derrotado e a França invadida. Porém, Napoleão retornaria de seu exílio em 1815 e quase destruiria os seus inimigos uma segunda vez. Mas, acabou definitivamente derrotado em Waterloo e forçado a se render para os ingleses. Com essa derrota, as Guerras Napoleônicas chegavam ao fim.
A Fragata Britânica no Século XIX
A fragata inglesa era o principal navio de combate da marinha britânica durante as Guerras Napoleônicas. Rápido e fácil de manobrar, a fragata foi projetada para interceptar navios maiores e mais lentos e deixa-los vulneráveis para os navios mais pesados da frota. Também era usada para longas missões de patrulha e escoltas para navios de cargas. Carregava mais de 30 canhões e tinha uma tripulação de 300 homens. Foram usadas até o início do século XX.
A Fragata Francesa do Século XIX
A fragata francesa também seguia o mesmo padrão que a fragata inglesa. Porém, após o desastre naval francês no rio Nilo em 1789, Napoleão ordenou uma melhoria nesses navios de guerra. Com a ajuda de engenheiros navais americanos, os franceses aumentaram a resistência de suas fragatas. O número de canhões aumento de 30 para 45 e o número de tripulantes também aumentou de 300 para 600. Porém, mesmo sendo mais poderosa que a fragata inglesa, a fragata francesa acabou perdendo velocidade e manobrabilidade, ficando mais lenta e fácil de ser abordada. Durante a Batalha Naval de Trafalgar (1805), as fragatas inglesas facilmente dominariam suas rivais francesas durante toda a batalha, sendo várias capturadas pelos ingleses no final da luta.
A Guerra Naval do Século XIX
A Guerra Naval havia drasticamente mudado em seus conceitos de combate. A ideia de abordagens continuava, mas só era usada como último recurso. Os combates navais aconteciam entre frotas ou navios individuais e podiam demorar horas ou até dias para serem finalizadas. Quando os navios inimigos se encontravam, esses ficavam de lado um do outro e atiravam várias rajadas rápidas e precisas com vários tipos de munições diferentes, para causar o maior dano possível no inimigo, afundando o inimigo ou deixando ele vulnerável para uma abordagem de captura. Essas táticas de combate continuariam a ser usadas até a Segunda Guerra Mundial até serem substituídas pelos porta-aviões.
Os Médicos-Cientistas nos Navios de Guerra
Cada navio de guerra carregava uma equipe médica de 3 ou 4 homens. Essa equipe era formada por um médico e dois ou três enfermeiros. Seu objetivo era de ajudar o máximo possível os homens feridos em combate ou doentes durante as longas viagens navais. O médico era também um cientista, responsável em analisar novas espécies de animais e plantas em territórios ainda desconhecidos. Todos os membros da equipe eram treinados a lutar, mas sempres eram os últimos a abordar um navio, pois eram de extrema importância para a tripulação sobreviver.
Os Oficiais dos Navios de Guerra
Os oficiais da marinhas inglesa e francesa eram altamente treinados para combates navais e muitos se tornaram mestres em táticas navais. Bem disciplinados, os oficiais faziam parte das nobrezas européias da época e tinham uma enorme influência política em seus governos. Raramente eram capturados vivos (cometiam suicído para evitar tortura e traição a sua nação). O maior sonho de um oficial era de se tornar um almirante e controlar frotas inteiras de navios de guerra em campanhas épicas e gloriosas.
As Ilhas Galápagos
Descobertas em 1535, as Ilhas Galápagos são um arquipélago de 21 ilhas. Durante as guerras navais do século XIX, as ilhas eram usadas para pontos de referência, pesca e emboscadas. Também era frequente a presença de cientistas e biólogos anciosos em descobrir mais sobre os novos tipos de animais e plantas localizados nelas. Hoje, as ilhas são controladas e administradas pelo Equador e protegidas pela Lei Internacional do Meio Ambiente.
Os Navios Pesqueiros - O Alvo Favorito dos Corsários
Os navios de pescas eram pequenos e frágeis. Possuíam uma tripulação de pelo menos 10 a 15 homens e não eram armados. Por causa dessa falta de defesa que os navios corsários usados tanto pela Inglaterra quanto pela França atacavam sem dó esses navios que só queriam continuar com suas tradições de pescas para alimentar as colônias mais distantes. Foi durante a guerra contra Napoleão que os ingleses intrduziram uma versão primitiva do sistema de comboios que só seria aprimorada nas Grandes Guerras do século XX.
A Tripulação dos Navios de Guerra
As tripulações dos navios de guerra eram bem treinadas e disciplinadas. Em uma fragata de combate, a tripulação variava de 270 até 300 homens. Eram armados com espadas, lanças, pistolas, rifles, machados e granadas. Durante as longas viagens navais, a tripulação fazia quase todo o trabalho pesado de manter os navios flutuando e sempre achavam algum passatempo para esquecer da viagem entediante. Houve poucos casos de motim contra os oficiais da marinha britânica nessa época. A camaradagem entre oficiais e marujos era alta e ambos respeitavam uns aos outros.
Os Capitães do Futuro - Crianças nas Marinhas
Sim! Durante o século XIX, crianças serviram nas principais marinhas do mundo como marujos ou assistentes dos oficiais a bordo. Enquanto a maioria iria se tornar meros marujos veteranos, eram os assistentes dos oficiais que tinham uma chance de uma carreira promissora no futuro, caso sobrevivessem. A idade variava entre os 12 até os 16 anos. Elas tinham o objetivo de saber como viver num navio de guerra e de sobreviver nas piores condições possíveis. Aprendiam a lutar e a navegar. Poucas chegavam a idade adulta e se transformavam em novos capitães. A Inglaterra foi a principal nação a utilizar crianças em seus navios, pois acreditavam que aprendendo mais cedo, essas crianças poderiam um dia defender o império de novas ameaças.
Os Soldados de Elite da Marinha Inglesa - Os Fuzileiros
Todo navio de guerra britânico possuia uma tropa de fuzileiros reais. Esses homens eram altamente treinados e muito bem armados. Usavam o tradicional uniforme vermelho, que o exército também usava, e tinham o objetivo de proteger o navio de abordagens e eram excelentes atiradores. Cada navio tinha uma tropa de 16 a 20 fuzileiros.
As Ações de Abordagem
Quando um navio de guerra era imobilizado após um combate naval, o outro navio tentaria abordá-lo para saquear suas cargas ou captura-lo para beneficiar o poder naval do inimigo. As táticas de abordagem variavam desde o uso de escadas, cordas com ganchos e até botes. Os invasores usavam qualquer arma que tinham em mãos, pois os combates de abordagem eram longos e muito violentos. Eram casos bem raros aqueles que conseguiam rechaçar uma ação de abordagem. Essa tática é a mais usada pelos piratas até nos dias de hoje.
Bibliografia:
- Revista "Aventuras na História - Grandes Guerras - Edição de Colecionador - 100 Melhores Filmes de Guerra de Todos os Tempos". Ed. Abril. São Paulo, SP, 2008.
- https://en.wikipedia.org/wiki/Napoleonic_Wars (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Frigate (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Naval_warfare (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Combat_medic (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Navy (página em inglês).
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Gal%C3%A1pagos (página em português).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Fishing_vessel (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Marines (página em inglês).
Obrigado pela dica!
ResponderExcluirNão tem de quê. Fique de olho para novas e futuras publicações no blog. Continue apoiando e compartilhe para amigos ou parentes. Obrigado! :)
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