segunda-feira, 29 de julho de 2019

Análise Histórica de "E o Vento Levou"

 

E o Vento Levou - O Maior Filme de Todos os Tempos

 
E o Vento Levou é um filme americano de 1939 do diretor Victor Fleming e estrelado por Clark Gable, Vivien Leigh, Leslie Howard, Olivia de Havilland e Hattie McDaniel. O filme conta a história fictícia de uma poderosa família sulista americana durante a Guerra Civil que assolou o país no século XIX. O filme é baseado num livro e muito bem feito. As cenas são muito bem trabalhadas e as atuações são formidáveis. A música é profunda e triste, com o intuito de mostrar como era a situação naquela época. O filme é bem longo (quatro horas!) e dividido em duas partes. A primeira parte apresenta a família e seus membros e o conflito que acaba forçando-os a sobreviver. A segunda parte se foca nas conseqüências da guerra e como a família irá sobreviver após o fim da escravidão que predominava no sul dos EUA. Não espere muitas batalhas épicas. Esse filme se foca no cotidiano sulista durante o conflito e como isso afetava a escravidão que predominava na região. Mas, por se passar num período de grande conflito, ele é considerado um filme de guerra/drama. Um filme incrível e obrigatório para aprender mais sobre as diferenças sociais que ainda existem nos EUA entre o norte e o sul e também que, mesmo numa guerra, o amor sempre será a mais poderosa das armas.
 
 
 
 

A Guerra Civil Americana

 
Iniciando em 1861, a Guerra Civil Americana (1861-1865) foi o maior e mais brutal conflito a ocorrer dentro do território americano. Os motivos do conflito variam, mas o principal foi o fim da escravidão e o início da industrialização da nação, onde metade de seu território ainda vivia numa situação semi-feudal. Nos dois primeiros anos, 1861-1862, os Confederados (estados do sul) obtiveram várias vitórias contra os Unionistas (estados do norte) e quase alcançaram a capital, Washington D.C.. Porém, no ano de 1863, os unionistas obtiveram a maior vitória da guerra, em Gettysburg, e daí em diante, os confederados ficaram totalmente na defensiva até o fim da guerra em 1865. Com o fim do conflito, que seria o último a acontecer na América, os EUA entraria numa enorme e importante transformação estrutural, mas ainda sofreria em relação às diferenças sociais entre brancos e afro-descendentes.
 
 
 
 
 

O Exército Confederado

 
O Exército Confederado foi a força armada dos Estados Confederados dos EUA na luta contra a União durante a guerra civil. Em 1861, os confederados tinham as melhores e mais bem treinadas tropas de todo o território americano. Muitos haviam sidos veteranos da guerra contra o México e possuíam armas avançadas, compradas da Europa, anos antes da guerra. Porém, após a derrota em Gettysburg e a queda de sua indústria bélica em Atlanta, os Confederados nunca mais seriam os mesmos. No fim da guerra, o que restava do exército confederado era formado por crianças, jovens e velhos mal treinados e quase sem munição para continuar. Em 1865, o Exército Confederado era dissolvido de uma vez por todas.
 
 
 

Os Fura-Bloqueios Confederados

 
Os Fura-Bloqueios da Confederação foram a linha de sustento para que o governo sulista durasse até 1865. Levemente armados e com pouca blindagem, esses navios eram rápidos e fáceis de fazer manobras difíceis em águas agitadas. Mesmo com o imenso bloqueio naval que a União estabeleceu por todo o litoral leste americano, muitos desses navios sulistas conseguiram penetrar as defesas navais dos unionistas e alcançar seus objetivos. A União até criou navios especializados em caçar e afundar esses navios inimigos, mas só alguns poucos foram neutralizados. Com o fim da guerra, os Fura-Bloqueios restantes se entregaram e foram covertidos em cargueiros ou fragatas leves da Marinha Americana.
 
 
 
 

A Batalha de Gettysburg - A União Vira a Luta contra a Confederação

 
Em Maio de 1863, os Confederados, após uma fantástica campanha contra a União em Chancellorsville, iniciaram a segunda invasão do Norte, avançando pela região de Gettysburg. O seu objetivo: alcançar Washington D.C. e derrubar o governo de Abraham Lincoln. A União estava em total caos. Seus exércitos estavam enfraquecidos e exaustos após muitas derrotas. A munição era pouca e os suprimentos estavam chegando ao seu fim. Parecia que a Confederação venceria a guerra. Porém, o general George Meade, da União, não queria saber se venceria ou morreria em batalha. Determinado à deter essa invasão confederada, ele estabeleceu uma poderosa defesa unionista na pequena vila de Gettysburg. Em 1 de Julho, os confederados, liderados pelo general Lee, atacaram as posições unionistas em Gettysburg, e mesmo sofrendo grandes baixas conseguiram capturar várias áreas da vila. No dia 2 de Julho, os confederados continuaram a pressionar os unionistas, porém, reforços e doações da população para a produção de mais munição para a batalha, fizeram com que os confederados fossem finalmente detidos. Então, no dia 3 de Julho, os unionistas surpreenderam os confederados com enormes e suicidas ataques de baionetas e fizeram os sulistas a abandonar o campo de batalha após intensos combates corporais. Com essa vitória, os confederados nunca mais ameaçariam o norte novamente e ficariam na defensiva até o final da guerra em 1865.
 
 
 
 

A Campanha de Atlanta - A União destrói a Indústria Bélica Sulista

 
 
Em 1864, após uma decisiva vitória em Chattanooga, Tennessee, o general unionista, William T. Sherman, iniciou uma campanha de devastação contra o Estado da Geórgia. A Geórgia era o epicentro da indústria bélica da Confederação e se fosse capturada, a Confederação não teria mais condições de resistir contra aos avanços unionistas pelos outros estados sulistas. A campanha foi longa e violenta. As forças de Sherman enfrentaram uma fanática defesa dos confederados, mas toda essa resistência foi em vão. Atlanta, capital do Estado, sucumbiria e a indústria bélica da Confederação seria destruída ou usada para a causa da União. Foi também nessa campanha onde muitos civis sulistas foram mortos ou perderam suas grandes e ricas fazendas de algodão, cheias de escravos que acabaram sendo libertados após a guerra. Mesmo resistindo por mais um ano, a Confederação não possuiria o mesmo tipo de armamento que a União possuía naquela época.
 
 
 
 
 

Os Reconstrutistas

 
Os reconstrutistas foram sulistas que se aproveitaram da grande reconstrução feita pelo governo americano para recuperar a nação após a guerra civil, com a cobrança de antigas terras confederadas para a recém-libertada população afro-descendente utilizar como sua. Também apoiavam os movimentos de abolição e aceitavam afro-descendentes em seus grupos. Muitos ficaram ricos após anos de cobranças. Sofreram forte perseguição do Klu Klu Klan e muitos foram assassinados por esses supremacistas brancos. Porém, após o fim da era da Reconstrução, a maioria seria presa pelas novas leis americanas e sua imagem ficaria sendo representada por homens corruptos e malandros.
 
 
 
 
 

A Era da Reconstrução

 
A Era da Reconstrução foi um longo período de transformação por todos os EUA após o fim da guerra civil em 1865. As cidades sulistas devastadas pela guerra seriam reconstruídas e modernizadas pelas indústrias do norte. Os antigos escravos afro-descendentes ganhariam vários direitos, mas ainda sofreriam o preconceito dos povos sulistas por muitos anos. Linhas ferroviárias, exclusivas durante a guerra, seriam usadas para expandir o comércio interno e modernizar os estados do oeste americano. Mesmo com essas enormes maravilhas sendo feitas pelo governo americano, porém, seria um longo período de violência graças a grupos de foras da lei no Velho Oeste e de perseguições racistas por grupos supremacistas. Essa era terminaria no início do século XX, quando os EUA adentrou a Grande Guerra na Europa e se transformou numa enorme e poderosa nação.
 
 
 

Bibliografia: