sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Análise Histórica do Filme "A Ponte do Rio Kwai"

 

A Ponte do Rio Kwai - Grandes Sacrifícios por uma Ponte?

 

A Ponte do Rio Kwai é um filme britânico/americano de 1957 e vencedor de sete Oscars, incluindo o de melhor filme. O filme se foca numa história fictícia sobre a construção de uma importante ponte na Birmânia feita por prisioneiros britânicos sobre o controle de tropas japonesas. Ao mesmo tempo, mostra uma força de elite britânica enviada para destruir tal ponte. A música é sensacional. As atuações são fantásticas e a cinematografia é impecável. Há vários atores famosos como: Alec Guinness e William Holden. Um filme muito bom e longo que precisa ser assistido para nunca ser esquecido. Recomendável.
 
 
 

A Campanha da Birmânia

 
A Campanha da Birmânia foi a campanha militar mais longa da Guerra do Pacífico e uma das mais violentas da Segunda Guerra. Ela teve início com uma rápida invasão japonesa em Dezembro de 1941 e no ano seguinte (1942), os japoneses dominavam o território inglês e humilhavam os britânicos em várias batalhas. Em 1943, os ingleses tentaram uma ousada ofensiva para retomar o território perdido, mas foram novamente derrotados. Em 1944, os japoneses invadiram a Índia, mas foram brutalmente derrotados pelos ingleses logo na fronteira. Em 1945, os britânicos avançaram pela Birmânia e aniquilaram os japoneses no início de setembro do mesmo ano. As perdas para ambos os lados foram enormes com mais de 200.000 mortos para cada lado.
 
 
 

As Essenciais Estradas de Ferro da Birmânia

 
Boa parte da Birmânia é montanhosa e com mato fechado. Havia poucas estradas e só uma era pavimentada. Quando os japoneses conquistaram a região em 1942, eles imediatamente trouxeram especialistas para construírem longas e essenciais estradas de ferro para facilitar a movimentação de tropas, equipamentos pesados e suprimentos. Mas, também seria essa dedicação que levaria o Japão a uma das maiores derrotas da Segunda Guerra.
 
 
 

Prisioneiros dos Japoneses

 
Durante seus grandes avanços em 1942, os japoneses capturaram um grande número de soldados aliados nas várias campanhas que participaram. Como os japoneses ainda seguiam o código samurai, eles acreditavam que qualquer soldado que se entregava, este estaria humilhando sua família. Assim, os japoneses cometeram centenas de crimes de guerra contra os prisioneiros que obtiveram, pois os consideravam inferiores e covardes de não terem morrido em combate. Milhares pereceriam nos horríveis campos japoneses durante a guerra.
 
 
 

Os Terríveis Trabalhos Escravos dos Japoneses

 
Como os alemães na Europa, os japoneses utilizaram bastante trabalho escravo dos milhares de prisioneiros que eles capturaram no início da guerra. Na Birmânia, vários prisioneiros seriam utilizados para a construção das linhas ferroviárias essenciais para os japoneses avançarem para a Índia. Porém, durante essas construções muitos prisioneiros tentavam escapar ou sabotar a construção. Quando descobertos, eram imeditamente executados ou usados como exemplo para convencer os outros que não valia a pena resistir ao poder do Imperador.
 
 
 

Os Campos de Prisioneiros Japoneses

 
Os campos de prisioneiros que os japoneses construíram eram um pesadelo para aqueles que viviam neles. Diferentes dos campos de concentração alemães, os campos japoneses eram construídos no meio do mato e sem cerca, pois a selva fechada e desconhecida impedia qualquer fuga na área. As condições de vida eram precárias. Doenças mataram muitos dos prisioneiros, mas, fome e sede também. Muitos outros eram maltratados ou executados caso ficassem muito doentes para trabalhar. A guarnição japonesa era formada por 200 homens, com metralhadoras, morteiros, um carro blindado e pelo menos 4 tanques leves para intimidação.
 
 
 

As Metralhadoras Japonesas

 
As metralhadoras japonesas na Segunda Guerra Mundial eram cópias perfeitas de armas francesas, inglesas e tchecas. Mesmo inferiores em poder de fogo, elas podiam dizimar tropas inteiras de inimigos. A foto acima mostra a metralhadora pesada Tipo 92. Ela foi usada em todas as batalhas que o Japão participou e era bastante letal dentro de fortificações. Durante operações de ataque, três soldados japoneses eram necessários para carregar a arma pelo campo de batalha. Em alguns casos raros, tropas americanas até mesmo usaram tais armas em algumas batalhas.
 
 
 

As Punições Japonesas

 

Ao longo de toda a guerra do Pacífico, os japoneses cometeram vários crimes de guerra e punições humilhantes. Havia vários tipos de punições como: açoitamento com paus de bambu, enforcamento, decapitação, solitária no sol e fuzilamento. A solitária no sol, que é mostrado no filme, é uma "caixa" de ferro localizada no lado de fora do campo onde um ou mais prisioneiros eram mantidos num calor absurdo para desistirem de resistir aos seus captores ou para convencer os outros prisioneiros de não escapar do campo. Após a guerra, muitos comandantes japoneses seriam julgados e executados por tais crimes.
 
 
 

Os Chindits - A Milícia da Birmânia

 

Criados em 1942, os Chindits eram uma unidade de operações especiais escolhida para se infiltrar nas selvas da Birmânia e causar o maior estrago possível na retaguarda do exército japonês concentrado lá. No mesmo ano em que foi criado, os Chindits foram despachados para várias missões. Porém, as baixas foram tão altas, que a unidade ficou inativa até o final de 1943 onde participaria de uma ousada ofensiva no norte da Birmânia. Com o fim da guerra em 1945, a unidade foi desativada.
 
 
 

A Verdadeira Ponte do Rio Kwai

 

Sim! A ponte do Rio Kwai existe e é usada até hoje em Myanmar. Diferente do filme, foram os japoneses e alguns poucos prisioneiros aliados que construíram a ponte. O comando aliado nunca teve intenções de destruí-la, pois consideravam o local estratégico e essencial para uma futura ofensiva aliada na região. Os japoneses tentaram demoli-la durante a ofensiva aliada de 1945, mas os detonadores falharam e a ponte foi capturada intacta. Mesmo não tendo muita manutenção, a ponte é usada até hoje para levar pessoas ou cargas comerciais entre as províncias do sul com as províncias do norte de  Myanmar.
 
 
 

Bibliografia: