domingo, 12 de novembro de 2017

Análise Histórica de "Mestre do Mares"

 

Mestre dos Mares - Uma Aventura Naval Épica

 
 
Mestre dos Mares é um filme americano de 2003 dirigido por Peter Weir e estrelado por Russel Crowe, Paul Bettany, James D'Arcy e Edward Woodall. A história é fictícia, mas se passa em 1805 durante as Guerras Napoleônicas (1803-1815). A Fragata britânica "Surpresa" recebeu ordens de localizar e capturar a fragata francesa "Archeron", que está afundando navios comerciais ingleses pelo Atlântico e o Pacífico. As cenas são realistas e as batalhas épicas. A música é estonteante e a atuação é uma das melhores da História do Cinema. O filme é bem longo, quase três horas, e boa parte do tempo fica focado no cotidiano da tripulação durante essas longas viagens. O filme é excelente, mas não recomendo para aqueles que não tenham paciência durante os longos minutos de navegações e diálogos longos que o filme mostra. Detalhe: os navios usados são reais!
 
 

As Guerras Napoleônicas - Napoleão versus Toda a Europa

 
As Guerras Napoleônicas foram várias campanhas militares lançadas pela França Imperial contra as outras nações européias. Napoleão Bonaparte era um líder nato e gênio militar. Iniciou a conquista da Europa em 1803 e em 1807 era dono de tudo. Os exércitos europeus haviam sido totalmente destruídos. Porém, duas nações continuavam a resistir ao imperador francês: Inglaterra e Rússia. Enquanto a primeira era impossível de ser atacada por ser uma ilha, Napoleão se concentrou em dominar a Rússia. Em 1812, Napoleão invadiu a Rússia e após incríveis vitórias foi forçado a recuar perante a vinda do rigoroso inverno russo que aniquilou quase todo o exército francês. Em 1813, as nações ocupadas pelos franceses se revoltaram e cercaram a França. Em 1814, Napoleão foi derrotado e a França invadida. Porém, Napoleão retornaria de seu exílio em 1815 e quase destruiria os seus inimigos uma segunda vez. Mas, acabou definitivamente derrotado em Waterloo e forçado a se render para os ingleses. Com essa derrota, as Guerras Napoleônicas chegavam ao fim.
 
 
 
 

A Fragata Britânica no Século XIX

A fragata inglesa era o principal navio de combate da marinha britânica durante as Guerras Napoleônicas. Rápido e fácil de manobrar, a fragata foi projetada para interceptar navios maiores e mais lentos e deixa-los vulneráveis para os navios mais pesados da frota. Também era usada para longas missões de patrulha e escoltas para navios de cargas. Carregava mais de 30 canhões e tinha uma tripulação de 300 homens. Foram usadas até o início do século XX.
 
 
 

A Fragata Francesa do Século XIX

 

A fragata francesa também seguia o mesmo padrão que a fragata inglesa. Porém, após o desastre naval francês no rio Nilo em 1789, Napoleão ordenou uma melhoria nesses navios de guerra. Com a ajuda de engenheiros navais americanos, os franceses aumentaram a resistência de suas fragatas. O número de canhões aumento de 30 para 45 e o número de tripulantes também aumentou de 300 para 600. Porém, mesmo sendo mais poderosa que a fragata inglesa, a fragata francesa acabou perdendo velocidade e manobrabilidade, ficando mais lenta e fácil de ser abordada. Durante a Batalha Naval de Trafalgar (1805), as fragatas inglesas facilmente dominariam suas rivais francesas durante toda a batalha, sendo várias capturadas pelos ingleses no final da luta.
 
 
 

A Guerra Naval do Século XIX

 
A Guerra Naval havia drasticamente mudado em seus conceitos de combate. A ideia de abordagens continuava, mas só era usada como último recurso. Os combates navais aconteciam entre frotas ou navios individuais e podiam demorar horas ou até dias para serem finalizadas. Quando os navios inimigos se encontravam, esses ficavam de lado um do outro e atiravam várias rajadas rápidas e precisas com vários tipos de munições diferentes, para causar o maior dano possível no inimigo, afundando o inimigo ou deixando ele vulnerável para uma abordagem de captura. Essas táticas de combate continuariam a ser usadas até a Segunda Guerra Mundial até serem substituídas pelos porta-aviões.
 
 
 

Os Médicos-Cientistas nos Navios de Guerra

 
Cada navio de guerra carregava uma equipe médica de 3 ou 4 homens. Essa equipe era formada por um médico e dois ou três enfermeiros. Seu objetivo era de ajudar o máximo possível os homens feridos em combate ou doentes durante as longas viagens navais. O médico era também um cientista, responsável em analisar novas espécies de animais e plantas em territórios ainda desconhecidos. Todos os membros da equipe eram treinados a lutar, mas sempres eram os últimos a abordar um navio, pois eram de extrema importância para a tripulação sobreviver.
 
 
 

Os Oficiais dos Navios de Guerra

Os oficiais da marinhas inglesa e francesa eram altamente treinados para combates navais e muitos se tornaram mestres em táticas navais. Bem disciplinados, os oficiais faziam parte das nobrezas européias da época e tinham uma enorme influência política em seus governos. Raramente eram capturados vivos (cometiam suicído para evitar tortura e traição a sua nação). O maior sonho de um oficial era de se tornar um almirante e controlar frotas inteiras de navios de guerra em campanhas épicas e gloriosas.
 
 
 

As Ilhas Galápagos

 
Descobertas em 1535, as Ilhas Galápagos são um arquipélago de 21 ilhas. Durante as guerras navais do século XIX, as ilhas eram usadas para pontos de referência, pesca e emboscadas. Também era  frequente a presença de cientistas e biólogos anciosos em descobrir mais sobre os novos tipos de animais e plantas localizados nelas. Hoje, as ilhas são controladas e administradas pelo Equador e protegidas pela Lei Internacional do Meio Ambiente.
 
 
 

Os Navios Pesqueiros - O Alvo Favorito dos Corsários

 
Os navios de pescas eram pequenos e frágeis. Possuíam uma tripulação de pelo menos 10 a 15 homens e não eram armados. Por causa dessa falta de defesa que os navios corsários usados tanto pela Inglaterra quanto pela França atacavam sem dó esses navios que só queriam continuar com suas tradições de pescas para alimentar as colônias mais distantes. Foi durante a guerra contra Napoleão que os ingleses intrduziram uma versão primitiva do sistema de comboios que só seria aprimorada nas Grandes Guerras do século XX.
 
 
 

A Tripulação dos Navios de Guerra

 
As tripulações dos navios de guerra eram bem treinadas e disciplinadas. Em uma fragata de combate, a tripulação variava de 270 até 300 homens. Eram armados com espadas, lanças, pistolas, rifles, machados e granadas. Durante as longas viagens navais, a tripulação fazia quase todo o trabalho pesado de manter os navios flutuando e sempre achavam algum passatempo para esquecer da viagem entediante. Houve poucos casos de motim contra os oficiais da marinha britânica nessa época. A camaradagem entre oficiais e marujos era alta e ambos respeitavam uns aos outros.
 
 

Os Capitães do Futuro - Crianças nas Marinhas

 
Sim! Durante o século XIX, crianças serviram nas principais marinhas do mundo como marujos ou assistentes dos oficiais a bordo. Enquanto a maioria iria se tornar meros marujos veteranos, eram os assistentes dos oficiais que tinham uma chance de uma carreira promissora no futuro, caso sobrevivessem. A idade variava entre os 12 até os 16 anos. Elas tinham o objetivo de saber como viver num navio de guerra e de sobreviver nas piores condições possíveis. Aprendiam a lutar e a navegar. Poucas chegavam a idade adulta e se transformavam em novos capitães. A Inglaterra foi a principal nação a utilizar crianças em seus navios, pois acreditavam que aprendendo mais cedo, essas crianças poderiam um dia defender o império de novas ameaças.
 
 

Os Soldados de Elite da Marinha Inglesa - Os Fuzileiros

 
Todo navio de guerra britânico possuia uma tropa de fuzileiros reais. Esses homens eram altamente treinados e muito bem armados. Usavam o tradicional uniforme vermelho, que o exército também usava, e tinham o objetivo de proteger o navio de abordagens e eram excelentes atiradores. Cada navio tinha uma tropa de 16 a 20 fuzileiros.
 
 

As Ações de Abordagem

 
Quando um navio de guerra era imobilizado após um combate naval, o outro navio tentaria abordá-lo para saquear suas cargas ou captura-lo para beneficiar o poder naval do inimigo. As táticas de abordagem variavam desde o uso de escadas, cordas com ganchos e até botes. Os invasores usavam qualquer arma que tinham em mãos, pois os combates de abordagem eram longos e muito violentos. Eram casos bem raros aqueles que conseguiam rechaçar uma ação de abordagem. Essa tática é a mais usada pelos piratas até nos dias de hoje.





 


Bibliografia:



domingo, 5 de novembro de 2017

Análise Histórica de "Círculo de Fogo"

 

Círculo de Fogo - O Momento Decisivo da Segunda Guerra

 
 
Círculo de Fogo é um filme americano/alemão/inglês/irlandês de 2001 dirigido por Jean-Jacques Annaud e estrelado por grandes atores como: Jude Law, Ed Harris, Rachel Weisz, Joseph Fiennes e Bob Hoskins. A história é real e se passa durante a brutal Batalha de Stalingrado. O filme se foca no lendário atirador russo Vassili Zaitsev (Jude Law) que foi o homem que mais matou alemães durante a batalha e também participou do duelo mais longo de atiradores da História contra o temível major König (Ed Harris). O filme também mostra a situação da USSR e tenta criar um triângulo amoroso entre Vassili, uma oficial soviética (Rachel Weisz) e um oficial da propaganda soviética (Joseph Fiennes) durante a decisiva batalha que mudaria a guerra e o mundo para sempre. O filme é espetacular, a cinematografia é sensacional, a atuação é boa, as batalhas são violentas e cruéis e a música é muito boa. Recomendável para fãs de filmes de guerra (como eu, ahahaha)!
 
 

O Ponto de Virada da Segunda Guerra Mundial - A Batalha de Stalingrado

 
Em 23 de Agosto de 1942, tropas alemãs adentravam os arredores da cidade industrial de Stalingrado (atualmente chamada de Volgogrado). Era o início de uma das maiores e brutais batalhas da Segunda Guerra e a virada decisiva dos aliados contra os alemães de Hitler. Por causa de ordens de não recuar mais, as tropas soviéticas ofereceram uma feroz e heróica defesa contra os invasores alemães. Ambos os lados sofreram enormes perdas, mas os alemães continuavam com o avanço. Depois de grandes conquistas na cidade em setembro, os alemães pararam seus avanços quando o rigoroso inverno russo chegou. Aproveitando a paralisação inimiga, os soviéticos lançaram uma ofensiva chamada Urano e destruiram os exércitos aliados dos alemães nos flancos da cidade. Em novembro, mais de 1 milhão de alemães e romenos estavam cercados pelas tropas russas. Mesmo isolados, os alemães ofereceram uma fanática resistência por cada parte da cidade até a sua rendição final em 2 de Fevereiro de 1943. Quase 1 milhão de pessoas morreram na batalha.
 
 
 

Desespero Russo - Os Ataques Suicidas Soviéticos

 
Durante o início da batalha por Stalingrado, os soviéticos utilizaram táticas suicídas para tentar deter o avanço alemão na cidade e tenta retomar alguma parte dela. Essas táticas obsoletas foram adotadas após Stalin promulgar a ordem "Mais nenhum passo para trás". Depois de meses de enormes retiradas pelo território russo, os soviéticos decidiram usar tudo o que tinham para acabar de vez com os alemães invasores. A tática era bem simples, milhares de jovens soldados ou voluntários eram enviados para a frente de combate vestidos com roupas de inverno e armados com rifles. Porém, só alguns usavam rifles nos ataques, o resto avançava desarmado e carregando um cartucho para o rifle. Caso alguns dos soldados que carregassem os rifles, pois a USSR estava com a produção baixa em armas, fosse morto, o homem mais próximo teria que  pegar o rifle o mais rápido possível para poder continuar o ataque. Desertores ou soldados que se retiravam desses ataques eram imediatamente executados pelos camaradas comissários por desobediência ou traição para a "Pátria Mãe".
 
 

As "Mãos de Stalin" - Os Comissários

 
Durante o governo comunista da USSR, uma força político-militar foi criada com o objetivo de controlar a moral da população diante do governo, de controlar a propaganda e de eliminar possíveis traidores da "Pátria Mãe". Esses homens ficariam conhecidos como os Camaradas Comissários. Os comissários tinham pouco ou nenhum treinamento militar, mas eram usados para manter a moral das tropas em combate e eliminar desertores. Em Stalingrado, centenas de comissários seriam usados para enviar milhares de jovens combatentes a ataques suicidas e eliminar aqueles que sobrevivessem. Eles também tinham o direito de executar civis caso esses desobedecessem as ordens do governo. A unidade era odiada pelos generais russos e quando Stalin faleceu em 1953, os comissários foram retirados das forças armadas e mantidos na espionagem, propaganda e na polícia moral.
 
 
 

Uma Arma Antiga, mas ainda Poderosa - A Metralhadora Maxim

 


A metralhadora Maxim foi desenvolvida em 1886, pelos ingleses, e criada para ser carregada por dois homens durante o avanço da infantaria em campo aberto. Acabou sendo bastante popular para as tropas russas na Primeira Guerra Mundial e depois para os soviéticos na Segunda Guerra Mundial. Fácil de carregar, a Maxim era manuseada por dois homens e podia disparar mais de 130 balas por minuto. Mesmo com um design obsoleto, a Maxim continuaria em uso até a Guerra da Coréia nos anos 1950 onde se aposentadoria de vez nas forças armadas. Ainda hoje é utilizada por grupos de guerrilha.
 
 

A Propaganda Soviética

 
Durante toda a Segunda Guerra Mundial, a propaganda soviética era a arma mais importante para a USSR manter seu povo unido e com a moral alta diante das desastrosas derrotas  que sofreram durante os primeiros anos da guerra. Bem coloridas e desenhadas, as propagandas tentavam mostrar ao máximo a coragem do soldado russo e o sofrimento da população nas mãos dos alemães. Se não fosse pela propaganda, o governo soviético seria derrubado por sua própria população que só queria sobreviver.
 
 
 

General Khrushchev - O Futuro Líder Soviético que Salvou Stalingrado

 
Quando Stalingrado estava quase caindo para os alemães, Stalin despachou seu mais confiável e leal general, Nikita Khrushchev, para estabelecer uma nova defesa e contra-atacar o inimigo invasor. Quando chegou na cidade arruinada, Khrushchev, executou os oficiais que falharam em defender a cidade e estabeleceu um novo comando nas ruínas. Ele também acabou com os inúteis ataques suicídas com voluntários e mudou suas táticas com o uso de tropas siberianas, mais treinadas e preparadas para o inverno que se aproximava. Usando suas habilidades políticas, Nikita convenceu Stalin de lançar uma ofensiva pelos flancos norte e sul da cidade, com o intuito de cercar e destruir o exército alemão concentrado lá. Quando essa operação funcionou, Nikita lançou uma enorme ofensiva dentro da cidade e aniquilou, após brutal combate, o exército alemão concentrado na cidade. Após a Segunda Guerra Mundial, Nikita, condecorado como o herói de Stalingrado, foi afastado por Stalin até assumir a presidência da USSR com a morte do antecessor em 1953.
 
 

O Panzer III

 
O Panzer III foi o principal tanque alemão durante metade da Segunda Guerra Mundial. Rápido e poderoso, o Panzer III foi feito para proteger a infantaria de outros tanques inimigos. Seu armamento consistia num canhão de 57mm e uma metralhadora leve. Mesmo sendo um tanque médio, o Panzer III era bastante resistente e fácil de manobrar em terreno difícil. Foram produzidos mais de 5000 unidades.
 
 
 

Os Temíveis Atiradores

 
A Batalha de Stalingrado também ficou famosa pelo grande número de atiradores de elite que foram utilizados por ambos os lados. Os atiradores usavam cada canto da cidade arruinada para eliminar posições fortificadas, tropas inimgas em patrulha, comandantes e principalmente outros atiradores. Cada lado usava táticas diferentes para derrotar o inimigo: os russos usavam equipes de três atiradores para confundir e eliminar com facilidade o inimigo; já os alemães montavam armadilhas e alvos falsos para localizar e eliminar seus oponentes um de cada vez.
 
 



A Brutal Luta pela Fábrica de Tratores

 
A fase mais sangrenta da Batalha de Stalingrado foi a luta pela Fábrica de Tratores. De início, os alemães conquistaram facilmente o local, mas após incessantes contra-ataques soviéticos, os alemães tiveram que ceder metade da fábrica. Quando o inverno chegou, um longo e violento impasse dominou os corredores e túneis que circulavam pela imensa fábrica (na verdade era um complexo indústrial). Aproveitando que haviam recapturado o setor de produção, os soviéticos começaram a construir tanques do modelo T-34 e os despachavam para atacar outras partes da cidade. O feito mais famoso dessa longa luta foi quando uma tropa de 42 homens, comandados pelo sargento Sokolov, atacou um prédio habitacional que se localizava bem em frente ao setor controlado pelos alemães e ajudava a artilharia a atingir alvos como o centro de comando alemão. Depois de uma luta pesada pelo prédio, Sokolov manteve o controle do local até a retirada dos alemães da fábrica no início de 1943. Quando a cidade foi retomada, a fábrica de tratores estava totalmente destruída e demoraria anos até ser erguida novamente.
 
 

O Verdadeiro Vassili Zaitsev

 
Vasily Grigoryevich Zaytsev foi o maior e mais famoso atirador da História. Com um total 255 soldados inimigos mortos, incluindo 11 atiradores de elite, Vassili se tornou um herói e uma lenda por toda a USSR. Filho de fazendeiros na Sibéria, Vassili foi treinado a atirar com rifle desde a infância. Quando a Segunda Guerra chegou na USSR, Vassili entrou como voluntário e enviado para Stalingrado. Seria lá que ele utilizaria suas famosas táticas de atirador para causar um enorme espanto no inimigo. Após Stalingrado, Vassili ficou internado por vários meses por ferimentos nos olhos por causa de um morteiro inimigo, mas conseguiria recuperar a visão e lutaria até o fim da guerra. Depois do conflito, Vassili abriria uma indústria téxtil em Kiev, na Ucrânia, onde trabalharia e moraria até sua morte em Dezembro de 1991, dias antes da queda da USSR. Seu corpo e seu rifle estão hoje localizados em Volgogrado, antiga Stalingrado.
 





Bibliografia:

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Análise Histórica do Filme "A Ponte do Rio Kwai"

 

A Ponte do Rio Kwai - Grandes Sacrifícios por uma Ponte?

 

A Ponte do Rio Kwai é um filme britânico/americano de 1957 e vencedor de sete Oscars, incluindo o de melhor filme. O filme se foca numa história fictícia sobre a construção de uma importante ponte na Birmânia feita por prisioneiros britânicos sobre o controle de tropas japonesas. Ao mesmo tempo, mostra uma força de elite britânica enviada para destruir tal ponte. A música é sensacional. As atuações são fantásticas e a cinematografia é impecável. Há vários atores famosos como: Alec Guinness e William Holden. Um filme muito bom e longo que precisa ser assistido para nunca ser esquecido. Recomendável.
 
 
 

A Campanha da Birmânia

 
A Campanha da Birmânia foi a campanha militar mais longa da Guerra do Pacífico e uma das mais violentas da Segunda Guerra. Ela teve início com uma rápida invasão japonesa em Dezembro de 1941 e no ano seguinte (1942), os japoneses dominavam o território inglês e humilhavam os britânicos em várias batalhas. Em 1943, os ingleses tentaram uma ousada ofensiva para retomar o território perdido, mas foram novamente derrotados. Em 1944, os japoneses invadiram a Índia, mas foram brutalmente derrotados pelos ingleses logo na fronteira. Em 1945, os britânicos avançaram pela Birmânia e aniquilaram os japoneses no início de setembro do mesmo ano. As perdas para ambos os lados foram enormes com mais de 200.000 mortos para cada lado.
 
 
 

As Essenciais Estradas de Ferro da Birmânia

 
Boa parte da Birmânia é montanhosa e com mato fechado. Havia poucas estradas e só uma era pavimentada. Quando os japoneses conquistaram a região em 1942, eles imediatamente trouxeram especialistas para construírem longas e essenciais estradas de ferro para facilitar a movimentação de tropas, equipamentos pesados e suprimentos. Mas, também seria essa dedicação que levaria o Japão a uma das maiores derrotas da Segunda Guerra.
 
 
 

Prisioneiros dos Japoneses

 
Durante seus grandes avanços em 1942, os japoneses capturaram um grande número de soldados aliados nas várias campanhas que participaram. Como os japoneses ainda seguiam o código samurai, eles acreditavam que qualquer soldado que se entregava, este estaria humilhando sua família. Assim, os japoneses cometeram centenas de crimes de guerra contra os prisioneiros que obtiveram, pois os consideravam inferiores e covardes de não terem morrido em combate. Milhares pereceriam nos horríveis campos japoneses durante a guerra.
 
 
 

Os Terríveis Trabalhos Escravos dos Japoneses

 
Como os alemães na Europa, os japoneses utilizaram bastante trabalho escravo dos milhares de prisioneiros que eles capturaram no início da guerra. Na Birmânia, vários prisioneiros seriam utilizados para a construção das linhas ferroviárias essenciais para os japoneses avançarem para a Índia. Porém, durante essas construções muitos prisioneiros tentavam escapar ou sabotar a construção. Quando descobertos, eram imeditamente executados ou usados como exemplo para convencer os outros que não valia a pena resistir ao poder do Imperador.
 
 
 

Os Campos de Prisioneiros Japoneses

 
Os campos de prisioneiros que os japoneses construíram eram um pesadelo para aqueles que viviam neles. Diferentes dos campos de concentração alemães, os campos japoneses eram construídos no meio do mato e sem cerca, pois a selva fechada e desconhecida impedia qualquer fuga na área. As condições de vida eram precárias. Doenças mataram muitos dos prisioneiros, mas, fome e sede também. Muitos outros eram maltratados ou executados caso ficassem muito doentes para trabalhar. A guarnição japonesa era formada por 200 homens, com metralhadoras, morteiros, um carro blindado e pelo menos 4 tanques leves para intimidação.
 
 
 

As Metralhadoras Japonesas

 
As metralhadoras japonesas na Segunda Guerra Mundial eram cópias perfeitas de armas francesas, inglesas e tchecas. Mesmo inferiores em poder de fogo, elas podiam dizimar tropas inteiras de inimigos. A foto acima mostra a metralhadora pesada Tipo 92. Ela foi usada em todas as batalhas que o Japão participou e era bastante letal dentro de fortificações. Durante operações de ataque, três soldados japoneses eram necessários para carregar a arma pelo campo de batalha. Em alguns casos raros, tropas americanas até mesmo usaram tais armas em algumas batalhas.
 
 
 

As Punições Japonesas

 

Ao longo de toda a guerra do Pacífico, os japoneses cometeram vários crimes de guerra e punições humilhantes. Havia vários tipos de punições como: açoitamento com paus de bambu, enforcamento, decapitação, solitária no sol e fuzilamento. A solitária no sol, que é mostrado no filme, é uma "caixa" de ferro localizada no lado de fora do campo onde um ou mais prisioneiros eram mantidos num calor absurdo para desistirem de resistir aos seus captores ou para convencer os outros prisioneiros de não escapar do campo. Após a guerra, muitos comandantes japoneses seriam julgados e executados por tais crimes.
 
 
 

Os Chindits - A Milícia da Birmânia

 

Criados em 1942, os Chindits eram uma unidade de operações especiais escolhida para se infiltrar nas selvas da Birmânia e causar o maior estrago possível na retaguarda do exército japonês concentrado lá. No mesmo ano em que foi criado, os Chindits foram despachados para várias missões. Porém, as baixas foram tão altas, que a unidade ficou inativa até o final de 1943 onde participaria de uma ousada ofensiva no norte da Birmânia. Com o fim da guerra em 1945, a unidade foi desativada.
 
 
 

A Verdadeira Ponte do Rio Kwai

 

Sim! A ponte do Rio Kwai existe e é usada até hoje em Myanmar. Diferente do filme, foram os japoneses e alguns poucos prisioneiros aliados que construíram a ponte. O comando aliado nunca teve intenções de destruí-la, pois consideravam o local estratégico e essencial para uma futura ofensiva aliada na região. Os japoneses tentaram demoli-la durante a ofensiva aliada de 1945, mas os detonadores falharam e a ponte foi capturada intacta. Mesmo não tendo muita manutenção, a ponte é usada até hoje para levar pessoas ou cargas comerciais entre as províncias do sul com as províncias do norte de  Myanmar.
 
 
 

Bibliografia:





 





domingo, 23 de julho de 2017

1000 Visualizações!!!

 

Sensacional! Alcancei mais de 1000 Visualizações! Obrigado a Todos Vocês!

 
 
Graças a vocês alcancei mais de 1000 visualizações! Continuem a seguir meu blog, de curti-lo e de compartilha-lo para amigos e parentes! Em breve novas análises sairão! Até Breve!



quinta-feira, 29 de junho de 2017

Análise Histórica de "O Barco - Inferno no Mar"

 

"O Barco - Inferno no Mar" - A Batalha pelo Atlântico

 
"O Barco - Inferno no Mar" é um filme alemão de 1981 que conta a história real da tripulação de um submarino alemão durante a brutal Batalha do Atlântico na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Dirigido pelo fantástico Wolfgang Petersen, o filme é uma obra-prima do cinema. Com um elenco de atores alemães fenomenal, "O Barco - Inferno no Mar" é um filme tenso e épico. Com incríveis efeitos práticos, incluindo um submarino alemão real da Segunda Guerra que foi usado no filme, é talvez um dos poucos filmes ultra-realistas sobre o maior conflito da História. Extremamente recomendável, pois é um filme difícil de esquecer após ver a primeira vez.
 
 
 
 

A Base Naval de La Rochelle

 
Após a queda da França em Junho de 1940, os alemães ocuparam as principais cidades portuárias francesas no Atlântico e construíram enormes bases navais para seus submarinos. La Rochelle possuía as maiores docas para submarinos e era extremamente bem defendida. Mesmo sofrendo poderosos ataques aéreos, as docas sobreviveriam e continuariam a enviar submarinos para o Atlântico. Mesmo após a invasão aliada na França em 1944, La Rochelle seria cercada e controlada pelos alemães até o fim da guerra na Europa. Até hoje é possível visitar as docas dos temíveis U-Boats.
 
 
 

A Marinha Alemã

 
A Marinha Alemã ou Kriegsmarine foi criada em 1935 e dissolvida em 1945 no fim da Segunda Guerra. Ela foi a principal força naval da Alemanha. De início a marinha possuía poderosos navios de guerra e alguns poucos submarinos, mas com o passar do conflito, a maioria dos navios estavam afundados ou escondidos na Noruega. Somente os submarinos continuaram a oferecer uma enorme ameaça para as forças navais aliadas. O comandante naval dos submarinos, Karl Dönitz se tornaria o novo líder supremo da Alemanha após a morte de Hitler e seria responsável pelo fim da guerra na Europa.
 
 
 

Os Letais U-Boats

 
Os U-Boats eram os submarinos usados pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Eram rápidos, silenciosos e letais com seus torpedos e canhões. Milhares de navios aliados seriam afundados por essas máquinas de guerra letais. A tripulação era muito bem treinada e extremamente fiel a causa do nazismo. Muitos capitães eram veteranos da Primeira Guerra Mundial e foram essenciais em criar uma força de elite que quase derrotou os aliados no mar. Quando a guerra acabou em 1945, só uma dúzia desses submarinos haviam restado após a mais longa batalha naval da guerra.
 
 
 

Os Torpedos

 
Torpedos eram explosivos localizados num longo cilindro de metal que quando lançado na água se movia rapidamente com uma pequena hélice na traseira. Vários navios de guerra usaram essas armas, mas foram os submarinos que usaram sua enorme capacidade de destruição contra os comboios que navegavam pelo Atlântico. É usado até hoje!
 
 
 

A Batalha Mais Longa da Segunda Guerra - O Atlântico

 
A Batalha do Atlântico foi a mais longa batalha da Segunda Guerra. Ela durou toda a guerra e quase levou os aliados (por duas vezes) a derrota final. Porém, com a introdução de novas táticas de combate e defesa, os aliados conseguiram vencer os submarinos alemães e italianos numa luta muito violenta. De 1939 até 1941, os alemães dominavam as rotas mercantes com seus submarinos. Mas, de 1942 até 1943, os aliados entraram com novas armas e táticas de combate e derrotaram os submarinos alemães. De 1944 até 1945, alguns poucos submarinos alemães se aventuraram pelo Atlântico, afundaram alguns navios, mas a maioria foi afundada pelas unidades anti-navais dos aliados.
 
 
 

Os Rivais dos U-Boats - Os Detroieres Britânicos

 
As maiores ameaças dos U-Boats eram os destroieres britânicos. Rápidos e resistentes, esses navios carregavam canhões, torpedos e cargas de profundidade. Utilizavam o sonar e raramente erravam o alvo. As chances de um U-Boat afundar um desses navios era bem baixa. Foi por causa desses navios que os aliados puderam recuperar as rotas comerciais, proteger os comboios e derrotar de vez a ameaça dos submarinos alemães.
 
 
 

A Arma Secreta dos Aliados - O Sonar

 
O sonar foi a arma mais importante dos aliados para vencerem a luta contra os U-Boats alemães. Operado por dois homens em cada navio de guerra, o sonar localizava o som mais alto e mais próximo do navio que o usava. Se qualquer tipo de barulho fosse localizado e identificado como uma ameaça, os navios disparavam cargas de profundidade para destruir seus alvos submersos ou força-los a se emergir na superfície para captura ou destruição.
 
 
 

A "Coluna" dos Aliados - Os Comboios

 
Os aliados só sobreviveram ao poderio alemão graças aos milhares de navios de carga que levavam suprimentos para a Europa e fortalecia cada vez mais a resistência contra o nazismo. No início da guerra, os cargueiros aliados viajavam sozinhos e sem escolta. Muitos foram afundados pelos U-Boats. Com o passar dos anos, os navios formavam enormes grupos de 50 durante as longas viajens para a Europa. Assim mesmo, os U-Boats usavam suas táticas de matilhas para afundar grandes números de cargueiros. Mas, tudo mudou quando esses comboios receberam poderosas escoltas que não só defendiam os cargueiros como também caçavam e afundavam os submarinos alemães. No fim da guerra, os comboios dominavam o Atlântico.
 
 
 

As Cargas de Profundidade

 
As cargas de profundidade foram criadas para destruir submarinos inimigos. Elas já eram usadas desde o século XIX. Mas, foi só na Segunda Guerra que se mostraram eficazes contra os submarinos. Essas bombas eram lançadas pelos navios de escolta e explodiam após um determinado período. O estrago era enorme e raramente algum submarino sobrevivia a esse tipo de ataque. Nos últimos anos, os aliados iriam aperfeiçoar essa arma e deixa-la mais letal do que antes.
 
 
 

A Fortaleza Britânica no Mediterrâneo - Gibraltar

 
Durante a Segunda Guerra Mundial, Gibraltar era a principal base naval britânica no Mediterrâneo. Mesmo sendo uma fortaleza, Gibraltar era constantemente atacada por canhões e aviões italianos. Até mesmo a Espanha ameaçou invadir a península em 1941, mas mudou de ideia e ficou neutra. Infelizmente, os britânicos não conseguiriam impedir a chegada dos U-Boats alemães, pois não havia navios de guerra suficientes para tal tarefa. Assim, a guerra naval seria longa e cansativa.
 
 
 
 

Os Navios Corsários

 
Os navios corsários eram cargueiros convertidos em navios de guerra. Sua tripulação original era mantida, mas carregava uma tropa armada da marinha para proteção e missões de abordagem. Os alemães foram os que mais usaram essa unidade naval nas duas Grandes Guerras. Na Segunda Guerra, mesmo com os U-Boats sendo a maior ameaça para os comboios aliados no Atlântico, os navios corsários também causavam estrago e medo. A tática favorita desses navios era de usarem uma bandeira de um país neutro, se infiltrar num comboio e afundar o maior número de cargueiros possível antes da reação da escolta. O corsários eram muito difíceis de serem caçados e carregavam armas pesadas como: canhões navais, baterias antiaéreas e até mesmo torpedos.
 
 
 
 

O Portão para o Mediterrâneo - O Estreito de Gibraltar

 

O Estreito de Gibraltar é uma das passagens navais mais importantes do mundo. É a única conexão direta entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Durante a Segunda Guerra a Marinha britânica, em sua base em Gibraltar, vigiava a entrada e saída de navios neutros, para descobrir se não havia nenhum navio corsário infiltrado. Porém, com o desenrolar da guerra, a vigilância diminuiu no estreito e centenas de U-Boats alemães adentrariam no Mediterrâneo, onde causariam grande estrago nos comboios aliados até o fim da guerra. Recentemente, o estreito é vigiado pela Espanha e por Gibraltar. De vez em quando há alguns momentos de tensão entre os dois territórios, mas nenhum levou a um conflito armado.
 
 
 

O Pesadelo dos U-Boats - Os Caça-Submarinos

 
Talvez a arma mais perigosa contra os U-Boats foi o caça-submarino. Esse tipo de avião foi criado para localizar e afundar os submarinos alemães antes que estes pudessem atacar um comboio. Usando um incrível sistema de radar e sonar essas máquinas facilmente localizavam os submarinos e os perseguiam até afundá-los. Quando um U-Boat era localizado, o avião dava sua última posição, caso fosse abatido, e atacava o navio inimigo com bombas, torpedos ou cargas de profundidade. A maioria dos U-Boats afundados seria por causa dessa nova arma dos aliados.
 
 
 

O Fim dos U-Boats

 

Em 1945, os U-Boats não eram mais uma ameaça para os comboios aliados. Com novas táticas de combate como os caça-bombardeiros e o sonar, os U-Boats eram facilmente afundados e poucos retornavam para novos ataques. Para piorar, os aliados fizeram bombas especiais para destruir as docas dos submarinos na França. Sem essas docas, os U-Boats não tinham como continuar a campanha no Atlântico. Quando a Alemanha se rendeu, havia poucos U-Boats ainda ativos e isolados no Atlântico. Alguns continuaram a lutar até serem afundados e outros se renderam quando souberam do fim da guerra. Assim terminava a era gloriosa da guerra submarina.
 
 
 

Bibliografia: