quinta-feira, 12 de julho de 2018

Análise Histórica de "Nascido para Matar"

 

Nascido para Matar - A Violenta Loucura no Vietnã

 
 
Nascido para Matar é um filme americano e britânico de 1987, dirigido pelo genial Stanley Kubrick e estrelado por Matthew Modine, Adam Baldwin, Vincent D'Onofrio, R. Lee Ermey, Dorian Harewood, Kevyn Major Howard, Arliss Howard, Ed O'Ross, John Terry e Kieron Jecchinis. O filme conta a história fictícia de um grupo de jovens fuzileiros americanos que devem primeiro passar pelo treinamento "infernal" de seu sargento para depois lutar na Guerra do Vietnã e liberar toda a loucura e insanidade que acumularam durante o rigoroso treinamento contra um inimigo determinado a vencer. O filme é um dos mais violentos filmes de guerra da história. Kubrick mostra todos os horrores da guerra, mas seu maior triunfo foi mostrar o rigoroso e pertubador treinamento militar que muitos jovens americanos tiveram que passar para lutar uma guerra que nem era sua. A cinematografia é linda, a música é tensa e meio polêmica, as atuações são fantásticas e a guerra em si é mostrada como se fosse um pesadelo para esses jovens fuzileiros. Recomendo para quem tem estômago forte.
 
 
 
 
 

O Treinamento Americano nos Anos 1960

 
O exército americano nos anos 1960 era formado na sua maioria por voluntários civis que tinham entre 18 e 22 anos. Por não terem nenhum ou pouco treinamento militar, esses jovens americanos sofriam com os rigorosos treinamentos do exército e de seus instrutores, muitos veteranos da Segunda Guerra e da Guerra da Coréia, que usavam ainda táticas de combate antigas e que não funcionavam direito com essas novas gerações de combatentes. Maus-tratos e humilhações eram constantes, muitos cadetes desistiam no primeiro dia ou na primeira semana. Aqueles que resistiam eram doutrinados a se transformar numa "máquina de matar". Porém, alguns desses jovens acabavam tão traumatizados ou doutrinados com tanta violência no seu treinamento que acabavam cometendo horríveis crimes contra civis nos EUA. Após a Guerra do Vietnã, mudanças drásticas foram feitas e os treinamentos, ainda que pesados, melhoraram e só aqueles que realmente queriam servir ao seu país são aceitos.
 
 
 

O Exército Americano nos Anos 1960

 
O exército americano (no filme os personagens são Fuzileiros) nos anos 1960 era formado por jovens despreparados para uma guerra contra um inimigo determinado a vencer de qualquer jeito. Mesmo bem preparados, treinados e armados, muitos desses soldados aproveitaram a guerra para cometer crimes de guerra e outros atos violentos, pois nos Estados Unidos as leis eram (e ainda são) rigorosas. Porém, os vietcongs se mostraram um adversário superior ao poder de fogo americano e no fim da guerra, em 1973, o exército americano estava desgastado e desmoralizado. Após a Guerra do Vietnã, o governo americano iria fazer pesadas modificações no sistema de treinamento e combate de suas tropas. Antes o serviço militar era obrigatório, mas atualmente o serviço é voluntário e opcional. Graças a essas mudanças, atualmente os Estados Unidos possui o exército mais poderoso e preparado do mundo inteiro.
 
 
 

O Fuzil M-14

 
O fuzil M-14 é na verdade um rifle M-1 Garand com cano extendido e podendo disparar 15 balas ao invés de 8. Foi bastante usado no Vietnã e atualmente é usado para cerimônias militares e por forças especiais. No caso das forças especiais, o M-14 sofreu algumas modificações como: mira telescópica, cartucho na parte de baixo do fuzil e balas com maior poder de penetração. É possível instalar um silenciador na ponta do cano.
 
 

 

A Base de Da Nang

 
A Base Aérea de Da Nang é uma das maiores bases do mundo e foi o centro de operações dos americanos durante a Guerra do Vietnã. Em 1962, engenheiros americanos começaram a expandir o pequeno campo aéreo que existia na vila de Da Nang e em 1964, a base aérea estava concluída. Era dessa base que os bombardeiros americanos saíam para atacar a capital do Vietnã do Norte, Hanói, e também para lançar ofensivas de helicópteros na fronteira com o Laos. Em 1968, a base foi um dos alvos da ousada Ofensiva do Tet, mas resistiu aos ataques inimigos e continuou em mãos americanas até 1972. Em 1973, os vietcongues lançaram uma enorme ofensiva que resultaria na captura definitiva da base. Funciona até hoje sobre controle do governo vietnamita.
 
 

 

A Mídia Americana no Vietnã

 
A Guerra do Vietnã foi uma das guerras que mais foi transmitida para os EUA. Milhares de jornalistas foram ao local para registrar de perto os combates e a moral das tropas que lutavam lá. Também registravam crimes de guerra causados por ambos os lados, para tentar criar uma campanha contra a intervenção americana na nação. Ao mesmo tempo, o exército americano criou uma unidade especial de jornalismo para mostrar que as tropas estavam indo bem e que logo a situação estaria sobre controle. Também se focavam na vinda de celebridades que queriam dar seu apoio ou só simplesmente divertir os homens que sangravam no Vietnã. Foi por causa da enorme presença da mídia que o governo americano sofreu grande pressão popular para terminar logo com a guerra em 1973.

 

 

 

A Ousada Ofensiva do Tet

 

Em janeiro de 1968, durante o Festival do Tet, os vietcongues lançaram mais de 100 ataques em uma única noite, com o objetivo de causar o maior estrago possível no inimigo. A maioria dos ataques foi repelida, mas em alguns lugares, os vietcongs conseguiram ocupar cidades e até mesmo capturar bases americanas. A ofensiva é considerada até hoje como uma das mais ousadas da História. Mesmo sendo um fracasso tático para os comunistas, acabou virando uma vitória propagandista sobre como os americanos estavam despreparados pelo resto da guerra que continuaria por mais cinco anos.
 
 
 
 

A Batalha de Hue - A Batalha Urbana Mais Sangrenta do Vietnã

 
Durante a imensa Ofensiva do Tet, em janeiro de 1968, os vietcongs capturaram a cidade de Hue. Hue era onde ficava a base de operações clandestinas da CIA (agência de espionagem americana) e era a segunda maior cidade do Vietnã do Sul. Por causa disso, os EUA despacharam uma imensa força de homens e tanques para retomar a cidade. A batalha duraria meses e ambos os lados sofreriam perdas imensas. Em março, os últimos vietcongs eram eliminados e a cidade declarada segura. Demoraria muitos anos para Hue voltar a ser uma cidade bem desenvolvida e importante para o Vietnã após a guerra. Foi considerada a batalha urbana mais violenta na história americana até ser superada pela batalha de Fallujah no Iraque em 2004.
 
 
 

O Tanque M-48 "Patton"

 
O M-48 "Patton" foi o principal tanque de combate dos americanos no Vietnã. Com uma poderosa blindagem e um canhão que podia destruir a maioria das defesas inimigas, o M-48 foi uma arma muito importante para combates urbanos e fechados. Também foi usado uma variante que usava lança-chamas em operações na selva. Assim mesmo, o M-48 foi vítima de minas, armadilhas e lança-rojões que facilmente penetravam em sua blindagem e causavam muito estrago. Mais de 12.000 desses tanques foram produzidos e alguns países ainda o utilizam até hoje.
 
 
 
 

Bibliografia: