quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Análise Histórica de "Asas"

 

Asas - O Primeiro Filme sobre o Drama da Grande Guerra

 
Asas é um filme americano de 1927, mudo, preto e branco, dirigido por William A. Wellman e estrelado por Clara Bow, Charles 'Buddy' Rogers, Richard Arlen e Gary Cooper. O filme conta a história fictícia de dois jovens pilotos americanos que vão lutar contra os alemães durante a Primeira Guerra Mundial e que acabam se apaixonando com a mesma mulher, enfermeira voluntária. A música é boa, as atuações são bem feitas (mesmo o filme sendo mudo) e as batalhas aéreas são incrivelmente bem feitas. Existe duas versões desse filme, a tradicional que passou nos cinemas de 111 minutos e uma versão melhorada com cenas que haviam sido restauradas muitos anos depois com mais de 144 minutos. Ambas as versões são boas para assistir, mas recomendo a versão extendida, pois ajuda a melhor entender os principais motivos dos personagens envolvidos nessa épica aventura de amor e drama.
 
 
 

 

O Serviço Aéreo Americano

 
Criado em 1918, o Serviço Aéreo Americano foi a base para a futura Força Aérea. Foi usado durante os últimos meses da Primeira Guerra Mundial e muitos de seus pilotos se tornaram veteranos e ases. Somente homens jovens e brancos podiam servir. Afro-descendentes e indígenas eram proibidos de atuar nesse serviço. Após a guerra, essa unidade aérea seria mantida até 1926, quando acabou sendo convertida como o Corpo Aéreo do Exército. Demoraria mais alguns anos até a Força Aérea surgir e se tornar uma das melhores unidades aéreas do mundo.
 
 
 
 

A Cabana de Guerra - A Moradia do Soldado

As Cabanas de Guerra são estruturas baixas e simples. Fáceis de serem construídas, é o local onde os combatentes descansam após treinos ou combates. Criadas durante a Primeira Guerra Mundial pelos EUA, ajudaram muito em organizar os exércitos e facilitar a divisão de tropas nos vários estados americanos. Após essa guerra, todas as outras nações adotaram essa estrutura para suas tropas.
 
 
 
 

Os EUA na Grande Guerra

 
Quando a Primeira Guerra Mundial começou em 1914, os EUA imediatamente anunciou sua neutralidade no conflito, mas continuou a fazer acordos comerciais com todas as nações envolvidas. Porém, quando os alemães iniciaram sua campanha submarina contra qualquer navio que levasse suprimentos para os aliados, os EUA decidiu reagir a tais ataques e entrou na guerra em 1917. Levaria um ano para finalmente levar seu exército para a Europa e ajudar os aliados a derrotar de vez a Alemanha Imperial. Quando a guerra terminou os EUA continuou sendo uma nação com uma economia forte, mas com uma política mais isolacionista. A sua maior mudança foi em relação ao seu exército que saiu do conflito melhorado, bem armado e preparado para mais combates semelhantes ao da Grande Guerra.
 
 
 

Os Ases Americanos

 
Muitos pilotos americanos nunca haviam participado de combates aéreos antes. Quando chegaram na Europa para ajudar os aliados na luta contra a Alemanha, eles se depararam com os horrores da guerra e também com o profissionalismo dos pilotos alemães. Muitos americanos perderiam suas vidas, mas alguns poucos se tornariam ases, pois serviram como voluntários em outras nações e já eram experientes. Após a guerra, os sobreviventes se tornariam líderes da recém criada Força Aérea Americana e se mostrariam essenciais para a criação de tal poderio militar.
 
 
 

 

A Polícia Militar Americana

 
Criada em 1918, na França, pelo alto-comando americano, tinha o objetivo de proteger e administrar as principais bases de suprimentos, acampamentos militares e campos de prisioneiros. Também foram úteis contra pequenas revoltas de soldados indisciplinados ou de trabalhadores locais. Após a Grande Guerra, essa polícia seria reformada e transformada numa unidade militar que atua até hoje nos EUA.
 
 
 

A Batalha de Saint Mihiel - Os Americanos Superam os Alemães

 
A Batalha de Saint Mihiel foi a primeira grande batalha em que os americanos lutaram sozinhos (não totalmente, pois receberam o apoio de 400 tanques franceses) contra os formidáveis alemães. A batalha durou somente 4 dias, mas as baixas foram altas para ambos os lados. Foi também durante essa épica batalha, em que centenas de aviões americanos e alemães se enfrentaram numa das maiores batalhas aéreas da Grande Guerra. Mesmo sendo uma vitória contra os alemães, o objetivo dos americanos, que era a fortaleza de Metz, estava ainda muito distante. O alto-comando aliado, então, decidiu transferir os americanos para a região do Meuse para uma nova ofensiva que ocorreria alguns dias depois. O filme "Asas" mostra só o combate aéreo que ocorreu durante essa batalha.
 
 

 

O Caça Biplano Alemão

 
 
 

O avião mais produzido pela Alemanha Imperial, o caça biplano alemão, pois exitiam vários modelos diferentes, foi o principal caça de combate dos alemães do início até o fim da Grande Guerra. Mesmo que a maioria de seus pilotos fosse formada por novatos, o treinamento de seus pilotos era bem intenso e profissional. Os inexperientes americanos iriam sofrer grandes baixas aéreas durantes os intensos combates que dominaram os céus da França no fim da Grande Guerra.
 
 
 

O Caça Americano

 
 
Os americanos não tinham nenhuma unidade aérea. Por isso, não haviam produzido nenhum avião para os combates aéreos. O principal caça americano foi o inglês Sopwith Pup. Rápido e fácil de manobrar, esse caça, infelizmente, era levemente blindado e superado pelos caças alemães. Muitos americanos iriam perder suas vidas nesse avião até o fim do conflito.
 
 
 
 

Bibliografia:





 









 


terça-feira, 15 de outubro de 2019

Análise Histórica de Dr. Fantástico

 

Dr. Fantástico - Humor Negro sobre a Guerra Fria

 


Dr. Fantástico é um filme inglês de 1964, dirigido pelo incrível Stanley Kubrick e estrelado por grandes astros do cinema como: Peter Sellers, George C. Scott, Sterling Hayden, Keenam Wynn e James Earl Jones. O filme é uma versão fictícia e satírica do que realmente aconteceria se a Guerra Fria tivesse virado uma Guerra Nuclear por causa da paranoia de um general americano. Mesmo tratando a ameaça nuclear como um grande perigo, o filme mostra tudo de forma humorada e divertida. Todos os atores fazem um grande trabalho, principalmente Peter Sellers, que interpreta um cientista nazista que trabalha para os americanos e fica mais preocupado se um dia vai voltar a andar do que com a iminente guerra que poderá dizimar a vida na Terra. Por ter sido lançado no período mais intenso da guerra, o filme causou muitos problemas entre os EUA e a URSS, mas foi um enorme sucesso nos cinemas e um dos melhores filmes feitos por Kubrick. Recomendável!
 
 
 

O Comando Aéreo Estratégico

 
 
O Comando Aéreo Estratégico foi o principal centro de operações americano durante a Guerra Fria e tinha o objetivo de defender os EUA e atacar alvos importantes da URSS. Também era onde os códigos de lançamento das armas nucleares ficavam e também era usado como abrigo subterrâneo no caso de um ataque nuclear. Após o fim da Guerra Fria, esse comando militar foi desativado e substituído pelo Comando Estratégico Americano, maior e mais eficiente do que o comando anterior.
 
 
 

O Temível B-52

 
O B-52 é um bombardeiro pesado americano e extremamente importante para as operações militares dos EUA espalhadas pelo mundo. Introduzido em 1952, é talvez o avião mais antigo ainda em uso militar em toda a História. Durante a Guerra Fria, podia carregar 20 bombas nucleares. Atualmente é usado como unidade de apoio para as forças terrestres americanas nas várias guerras que estão participando. Pode carregar mais de 200 bombas e mísseis de vários modelos e usos diferentes. Recentemente sofreu algumas modificações e ficará em serviço até 2050, onde uma versão mais avançada será introduzida para substituí-lo.
 
 
 

A Bomba de Hidrogênio

 
Uma das bombas mais perigosas do mundo, a bomba de hidrogênio possui um alcance devastador de destruir metade de um continente. Lançada por um avião ou dentro de uma ogiva de um míssel, a bomba H é detonada na superfície e seu poder de destruição é capaz de vaporizar tudo pelo caminho. O nível de radiação deixado no local da explosão contamina e mata tudo em poucos dias. Só cinco dessas bombas foram usadas em testes durante a Guerra Fria (duas pelos EUA, duas pela URSS e uma pela China). Atualmente não se sabe quantas bombas desse tipo ainda estão armazenadas.
 
 
 

O Centro de Comando Militar Nacional

 
Criado em 1983, o Centro de Comando Militar Nacional, é o "coração" de todo o sistema de segurança dos EUA com o objetivo central de defender o território americano de ameaças externas e até internas. É também responsável por todas as operações militares feitas pelo mundo afora e ajuda a combater o terrorismo em escala mundial. Toda a força armada americana obedece a esse centro de comando e a coordenação de ambos é essencial para tentar manter o mundo unido e forte contra qualquer ameaça.
 
 
 
 

A "Linha Vermelha"

 

A Linha Vermelha foi uma linha telefônica usada pelos presidentes dos EUA para se comunicarem com os líderes soviéticos durante a Guerra Fria. O principal motivo da criação de tal linha, era que caso a ameaça nuclear chegasse a um nível assustador, o presidente americano iria telefonar para o líder soviético e tentar entrar num acordo pacífico. Foram várias as ocorrências em que o presidente americano ligou para o líder soviético para resolver as maiores e mais ameaçadoras crises nucleares da História. Após o fim da Guerra Fria, em 1991, a Linha Vermelha acabou sendo definitivamente desativada.
 
 
 
 

A Misteriosa Bomba de Cobalto

 
A bomba de cobalto, é uma arma desconhecida e misteriosa. Ninguém sabe se realmente existe ou foi só criada para manter as nações nucleares na "linha". Sua composição é desconhecida, mas na teoria que existe, ela seria usada para aniquilar toda a vida na Terra, pois teria a capacidade de "sugar a energia de plantas e animais" quando detonada. Somente a Rússia, atualmente, "confirmou" que produziu e mantém uma dúzia dessas bombas em seu território. Porém, não existem provas de que os russos realmente tenham produzido tais armas.
 
 
 
 

O Mísseis SAM

 
 
Os mísseis SAM, são mísseis teleguiados e usados para abater aviões inimigos. Criados pelos EUA nos anos 1950, os SAM foram a principal evolução no sistema de defesa anti-aéreo das principais nações militares do mundo. Atualmente, as versões de SAM são menores e mais fáceis de serem movidas do que as anteriores, que eram enormes e só podiam ser usadas por aviões ou blindados anti-aéreos. Até hoje são a principal ameaça para qualquer caça de combate.
 
 
 
 

Os Mísseis ICBM






Os mísseis balísticos ICBM, são mísseis capazes de carregar armas nucleares e atingir qualquer parte do globo. Foram criadas nos anos 1960 pelos soviéticos e imediatamente copiadas pelos americanos. Podem ser lançadas em bases militares ou em caminhões especializados. Atualmente os EUA, a Rússia, a China, a Índia e a Coréia do Norte são as únicas nações que produzem e usam tais mísseis.
 
 
 
 

Bibliografia:

 
 

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Análise Histórica de "Hamburger Hill"

 

Hamburger Hill - Uma Batalha por Nada

 
 
Hamburger Hill é um filme americano de 1987 do diretor John Irvin e estrelado por Anthony Barrile, Michael Boatman, Don Cheadle e Dylan McDermontt. O filme conta a verdadeira história, usando personagens fictícios, sobre a mais polêmica e controversa batalha de toda a guerra do Vietnã. As cenas de batalha são as mais brutais e realistas de todos os filmes sobre o Vietnã já analisados aqui neste blog. As atuações são ok, mas nenhuma é memorável. A cinematografia é boa, mas algumas vezes, as cenas noturnas são meio escuras e difíceis de ver. A música é descente. É um bom filme de guerra focado na camaradagem entre diferentes homens da sociedade americana, no racismo sofrido aos afro-descendentes que lutaram por uma nação que não os respeitava e da violência utilizada contra um inimigo que só queria defender seu território de invasores estrangeiros.
 
 
 
 

A 101 Divisão Paraquedista no Vietnã

 
A 101 Divisão Paraquedista é uma tropa veterana americana da Segunda Guerra Mundial e que durante a Guerra do Vietnã sofreu horrendas perdas durante a batalha da Colina Hamburger. Antes a divisão era formada por homens bem treinados e competentes. Porém, no Vietnã, a qualidade de seus homens foi questionável. Mesmo tendo péssimas atitudes em relação ao comando americano, a 101 nunca desistiu de uma luta e sempre trouxe grandes vitórias aos EUA. Mas, na Colina Hamburger, mesmo saindo vitoriosa, a divisão estaria desgastada e exausta. Seria retirada do Vietnã e sofreria uma enorme reforma em suas tropas. Hoje é considerada uma das melhores e mais respeitadas divisões americanas do mundo.
 
 
 
 
 

O Vale A Shau - Um Terreno Perigoso e Brutal

 
O vale A Shau é um enorme vale localizado na região central do Vietnã. Durante a guerra, era usado pelos comunistas para lançar ataques contra as principais bases americanas no sul. Em 1969, após a ousada Ofensiva do Tet, os EUA fizeram grandes operações para expulsar os comunistas desse vale. Porém, por causa do terreno montanhoso e de difícil acesso, os americanos falharam em expulsar os comunistas dessa região e recuaram mais para o sul, onde era mais fácil de atuar em terreno plano do que numa região montanhosa.
 
 
 
 

O Exército Norte-Vietnamita

 
Criado após a Segunda Guerra Mundial, o Exército Norte-Vietnamita ou NVA, era uma força muito bem treinada, armada e veterana de vários conflitos. Quando esse exército decidiu apoiar a milícia Vietcong, que atuava no sul, os EUA enfrentou um inimigo determinado e que conhecia o terreno muito melhor do que os americanos. Os combates entre essas duas nações foram brutais e longos, como a Colina Hamburger. Atualmente esse exército é conhecido como o Exército Vietnamita.
 
 
 

A Batalha da Colina Hamburger

 
A Batalha teve início em 10 de Maio de 1969 quando tropas americanas iniciaram uma feroz ofensiva para acabar com os ataques comunistas nas regiões centrais do Vietnã do Sul. Uma dessas posições era a colina hamburger, pois tinha um formato parecido com de um hamburger. Dois batalhões comunistas controlavam a colina e os americanos demoraram até o dia 20 para finalmente conquistar a posição inimiga. As perdas foram horrendas para ambos os lados. Porém, dias após a captura da colina, o alto-comando americano descobriu que a posição não tinha nenhum valor estratégico na região e foi ordenado uma retirada da área. No fim, muitos americanos morreram, pois perceberam muito tarde que a colina não ajudava em nada a situação da guerra. Foi uma "batalha por nada".
 
 
 
 

 
 





A Metralhadora M60

 
A M60 foi a metralhadora mais usada durante a Guerra do Vietnã. Rápida e fácil de carregar, essa arma foi essencial como suporte durante ataques ou até como defesa de bases americanas espalhadas pela nação. É usada até hoje e muito eficiente. Também pode ser usada em veículos terrestres e aéreos.
 
 
 

Bibliografia:

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Análise Histórica de "E o Vento Levou"

 

E o Vento Levou - O Maior Filme de Todos os Tempos

 
E o Vento Levou é um filme americano de 1939 do diretor Victor Fleming e estrelado por Clark Gable, Vivien Leigh, Leslie Howard, Olivia de Havilland e Hattie McDaniel. O filme conta a história fictícia de uma poderosa família sulista americana durante a Guerra Civil que assolou o país no século XIX. O filme é baseado num livro e muito bem feito. As cenas são muito bem trabalhadas e as atuações são formidáveis. A música é profunda e triste, com o intuito de mostrar como era a situação naquela época. O filme é bem longo (quatro horas!) e dividido em duas partes. A primeira parte apresenta a família e seus membros e o conflito que acaba forçando-os a sobreviver. A segunda parte se foca nas conseqüências da guerra e como a família irá sobreviver após o fim da escravidão que predominava no sul dos EUA. Não espere muitas batalhas épicas. Esse filme se foca no cotidiano sulista durante o conflito e como isso afetava a escravidão que predominava na região. Mas, por se passar num período de grande conflito, ele é considerado um filme de guerra/drama. Um filme incrível e obrigatório para aprender mais sobre as diferenças sociais que ainda existem nos EUA entre o norte e o sul e também que, mesmo numa guerra, o amor sempre será a mais poderosa das armas.
 
 
 
 

A Guerra Civil Americana

 
Iniciando em 1861, a Guerra Civil Americana (1861-1865) foi o maior e mais brutal conflito a ocorrer dentro do território americano. Os motivos do conflito variam, mas o principal foi o fim da escravidão e o início da industrialização da nação, onde metade de seu território ainda vivia numa situação semi-feudal. Nos dois primeiros anos, 1861-1862, os Confederados (estados do sul) obtiveram várias vitórias contra os Unionistas (estados do norte) e quase alcançaram a capital, Washington D.C.. Porém, no ano de 1863, os unionistas obtiveram a maior vitória da guerra, em Gettysburg, e daí em diante, os confederados ficaram totalmente na defensiva até o fim da guerra em 1865. Com o fim do conflito, que seria o último a acontecer na América, os EUA entraria numa enorme e importante transformação estrutural, mas ainda sofreria em relação às diferenças sociais entre brancos e afro-descendentes.
 
 
 
 
 

O Exército Confederado

 
O Exército Confederado foi a força armada dos Estados Confederados dos EUA na luta contra a União durante a guerra civil. Em 1861, os confederados tinham as melhores e mais bem treinadas tropas de todo o território americano. Muitos haviam sidos veteranos da guerra contra o México e possuíam armas avançadas, compradas da Europa, anos antes da guerra. Porém, após a derrota em Gettysburg e a queda de sua indústria bélica em Atlanta, os Confederados nunca mais seriam os mesmos. No fim da guerra, o que restava do exército confederado era formado por crianças, jovens e velhos mal treinados e quase sem munição para continuar. Em 1865, o Exército Confederado era dissolvido de uma vez por todas.
 
 
 

Os Fura-Bloqueios Confederados

 
Os Fura-Bloqueios da Confederação foram a linha de sustento para que o governo sulista durasse até 1865. Levemente armados e com pouca blindagem, esses navios eram rápidos e fáceis de fazer manobras difíceis em águas agitadas. Mesmo com o imenso bloqueio naval que a União estabeleceu por todo o litoral leste americano, muitos desses navios sulistas conseguiram penetrar as defesas navais dos unionistas e alcançar seus objetivos. A União até criou navios especializados em caçar e afundar esses navios inimigos, mas só alguns poucos foram neutralizados. Com o fim da guerra, os Fura-Bloqueios restantes se entregaram e foram covertidos em cargueiros ou fragatas leves da Marinha Americana.
 
 
 
 

A Batalha de Gettysburg - A União Vira a Luta contra a Confederação

 
Em Maio de 1863, os Confederados, após uma fantástica campanha contra a União em Chancellorsville, iniciaram a segunda invasão do Norte, avançando pela região de Gettysburg. O seu objetivo: alcançar Washington D.C. e derrubar o governo de Abraham Lincoln. A União estava em total caos. Seus exércitos estavam enfraquecidos e exaustos após muitas derrotas. A munição era pouca e os suprimentos estavam chegando ao seu fim. Parecia que a Confederação venceria a guerra. Porém, o general George Meade, da União, não queria saber se venceria ou morreria em batalha. Determinado à deter essa invasão confederada, ele estabeleceu uma poderosa defesa unionista na pequena vila de Gettysburg. Em 1 de Julho, os confederados, liderados pelo general Lee, atacaram as posições unionistas em Gettysburg, e mesmo sofrendo grandes baixas conseguiram capturar várias áreas da vila. No dia 2 de Julho, os confederados continuaram a pressionar os unionistas, porém, reforços e doações da população para a produção de mais munição para a batalha, fizeram com que os confederados fossem finalmente detidos. Então, no dia 3 de Julho, os unionistas surpreenderam os confederados com enormes e suicidas ataques de baionetas e fizeram os sulistas a abandonar o campo de batalha após intensos combates corporais. Com essa vitória, os confederados nunca mais ameaçariam o norte novamente e ficariam na defensiva até o final da guerra em 1865.
 
 
 
 

A Campanha de Atlanta - A União destrói a Indústria Bélica Sulista

 
 
Em 1864, após uma decisiva vitória em Chattanooga, Tennessee, o general unionista, William T. Sherman, iniciou uma campanha de devastação contra o Estado da Geórgia. A Geórgia era o epicentro da indústria bélica da Confederação e se fosse capturada, a Confederação não teria mais condições de resistir contra aos avanços unionistas pelos outros estados sulistas. A campanha foi longa e violenta. As forças de Sherman enfrentaram uma fanática defesa dos confederados, mas toda essa resistência foi em vão. Atlanta, capital do Estado, sucumbiria e a indústria bélica da Confederação seria destruída ou usada para a causa da União. Foi também nessa campanha onde muitos civis sulistas foram mortos ou perderam suas grandes e ricas fazendas de algodão, cheias de escravos que acabaram sendo libertados após a guerra. Mesmo resistindo por mais um ano, a Confederação não possuiria o mesmo tipo de armamento que a União possuía naquela época.
 
 
 
 
 

Os Reconstrutistas

 
Os reconstrutistas foram sulistas que se aproveitaram da grande reconstrução feita pelo governo americano para recuperar a nação após a guerra civil, com a cobrança de antigas terras confederadas para a recém-libertada população afro-descendente utilizar como sua. Também apoiavam os movimentos de abolição e aceitavam afro-descendentes em seus grupos. Muitos ficaram ricos após anos de cobranças. Sofreram forte perseguição do Klu Klu Klan e muitos foram assassinados por esses supremacistas brancos. Porém, após o fim da era da Reconstrução, a maioria seria presa pelas novas leis americanas e sua imagem ficaria sendo representada por homens corruptos e malandros.
 
 
 
 
 

A Era da Reconstrução

 
A Era da Reconstrução foi um longo período de transformação por todos os EUA após o fim da guerra civil em 1865. As cidades sulistas devastadas pela guerra seriam reconstruídas e modernizadas pelas indústrias do norte. Os antigos escravos afro-descendentes ganhariam vários direitos, mas ainda sofreriam o preconceito dos povos sulistas por muitos anos. Linhas ferroviárias, exclusivas durante a guerra, seriam usadas para expandir o comércio interno e modernizar os estados do oeste americano. Mesmo com essas enormes maravilhas sendo feitas pelo governo americano, porém, seria um longo período de violência graças a grupos de foras da lei no Velho Oeste e de perseguições racistas por grupos supremacistas. Essa era terminaria no início do século XX, quando os EUA adentrou a Grande Guerra na Europa e se transformou numa enorme e poderosa nação.
 
 
 

Bibliografia:







 









segunda-feira, 24 de junho de 2019

Análise Histórica de "A Conquista da Honra"

 

A Conquista da Honra - A Verdade sobre a Bandeira de Iwo Jima

 
 
A Conquista da Honra é um filme americano de 2006, dirigido pelo excelentíssimo Clint Eastwood e estrelado por Ryan Phillippe, Jesse Bradford e Adam Beach. O filme conta a verdadeira história dos seis fuzileiros americanos que fincaram a bandeira americana no topo do monte Suribachi, em Iwo Jima, e se tornaram heróis pela famosa foto que foi tirada no momento do ato. O filme é fantástico, pois fica uma hora contando como foi a luta para esses homens em Iwo Jima e depois fica mostrando o retorno deles para os EUA como heróis de uma guerra quase acabada e que ninguém mais dava bola. O filme também mostra as dificuldades que esses homens tiveram quando a guerra terminou e o que aconteceu com cada um deles nos anos seguintes. As cenas de guerra são brutais e realistas e a atuação muito boa. A música não é das melhores, mas combina bem com a temática. Recomendável para quem viu Cartas de Iwo Jima ou quem gosta de filmes de Segunda Guerra.
 
 
 

Quem foi Ira Hayes?

 
Ira Hayes (1923-1955) foi um nativo americano que lutou com os Fuzileiros Navais durante a Segunda Guerra Mundial contra o Japão e foi um dos seis homens que ergueram a bandeira americana em Iwo Jima. Em 1942, Ira entrou no Corpo de Fuzileiros Navais Americano e serviu em várias campanhas difíceis contra os japoneses. Iwo Jima seria sua última batalha. Depois da guerra, foi condecorado como um herói e ajudou a identificar os homens que realmente colocaram a bandeira junto com ele, mas que morreram em Iwo Jima. Porém, Ira nunca gostou de ser tratado como um herói e desistiu de fazer campanhas pós-guerra. Acabou se viciando em bebidas alcóolicas. Faleceu por intoxicação alcóolica em 1955, aos 32 anos.
 
 
 
 

Quem foi Rene Gagnon?

 
Rene Gagnon (1925-1979) foi um fuzileiro naval americano e um dos seis homens a erguer a bandeira americana em Iwo Jima. Gagnon se juntou aos Fuzileiros Navais em 1943, mas sua única luta foi em Iwo Jima, em 1945. Junto com Ira Hayes, Gagnon e uma tropa de fuzileiros alcançou o topo do monte Suribachi e plantou a primeira bandeira. Duas horas depois, acabou plantando a segunda bandeira que o deixou famoso. Após a guerra, Gagnon se tornou um herói nacional e ajudou a fazer campanhas pós-guerra por todo os EUA. Depois de sair dos fuzileiros, Gagnon foi trabalhar como representante de negócios da companhia aérea Delta e durante uma viagem para o Japão em 1965, decidiu visitar Iwo Jima. Foi o único fuzileiro a fazer tal viagem. Em 1979, morreu de causas naturais em Manchester, New Hampshire.
 
 
 

 

Quem foi John Bradley?

 

John Bradley (1923-1994) foi um médico da marinha americana e um dos seis homens a colocar a segunda bandeira americana no Monte Suribachi. Conhecido como "Doc", John serviu ao lado de Ira e Rene durante metade da Batalha de Iwo Jima. Salvou a vida de vários fuzileiros e presenciou a carnificina da luta contra o Japão. Em 14 de Março, foi ferido por estilharços vindos de um morteiro japonês e acabou sendo retirado da batalha. Foi tratado num hospital em Guam e mandado de volta para os EUA, onde foi recebido como um herói nacional e ajudou a fazer algumas campanhas pós-guerra. Depois da guerra, foi dispensado da marinha e retornou para sua cidade natal no Wisconsin. Pelo resto da vida foi dono da funerária da cidade, mas sofreu com pesadelos da luta em Iwo Jima e da perda de seu melhor amigo Iggy, que foi capturado e brutalmente torturado e morto pelos japoneses. Morreu de ataque cardíaco em 1994, aos 70 anos de idade.
 
 
 
 

O Campo de Treinamento "Tarawa"

 
Após a brutal e sangrenta Batalha de Tarawa em 1943, os fuzileiros da Segunda Divisão foram mandados para a Ilha Maior do Havaí numa área vulcânica e semi-árida, mas que fica bem fria durante a noite, para descansar e se preparar para as próximas lutas. Por falta de logítica, foram os próprios e exaustos fuzileiros que construíram o acampamento. A vida era meio entediante, mas boa, pois muitos odiavam as selvas infestadas de malária do Pacífico, onde tinham que lutar contra um inimigo que não se rendia. Em 1945, a Quinta Divisão dos Fuzileiros foi enviada para esse acampamento e treinada para a eventual Batalha de Iwo Jima. Em Novembro de 1945, o acampamento foi desativado. Em 1950, um novo acampamento acabou sendo estabelecido nas proximidades do original e funcionando até hoje em serviço do Exército Americano.
 
 
 
 

Quem Foi Mike Strank?

 
Michael Strank (1919-1945) foi um fuzileiro americano que lutou em Iwo Jima e um dos seis homens a colocar a bandeira no Monte Suribachi. Antes de Iwo Jima, Strank participou de algumas campanhas no Pacífico Sul ao lado do amigo Ira Hayes, antes de ser despachado à Iwo Jima, em 1945. Lá, Strank ajudou na captura do Monte Suribachi e plantou as duas bandeiras no monte. Dias depois, Strank acabou sendo morto por fogo amigo quando atacava uma posição japonesa. Foi o primeiro homem do grupo da bandeira a morrer. Outros dois membros também pereceriam na batalha.
 
 
 
 

Os LVTs em 1945

 

Os principais veículos anfíbios da guerra contra o Japão, os LVTs eram rápidos e fáceis de manobrar. O modelo usado em Iwo Jima, possuía uma blindagem mais pesada e carregava armas como metralhadoras leves e pesadas e até mesmo canhões de 57mm. Podia carregar mais de 30 homens, jipes e até canhões pesados de artilharia. Assim  mesmo, centenas dessas unidades anfíbias seriam destruídas pela artilharia pesada japonesa e também teriam problemas de locomoção por causa do terreno arenoso que dominava a ilha.
 
 
 
 

Quem Foi Ralph "Iggy" Ignatowski?

 
 
Ralph "Iggy" Ignatowski (1926-1945) foi um fuzileiro americano que lutou e morreu durante a Batalha de Iwo Jima. Grande amigo de John Bradley, sempre andavam juntos e ajudavam o máximo possível seus amigos durante a brutal batalha pela ilha. Escalou o Monte Suribachi junto com os fuzileiros que colocaram a bandeira. No dia 4 de Março, Iggy e um sargento da companhia foram capturados por uma patrulha japonesa e levados para uma caverna próxima do Morro 215, zona norte da ilha. Por três dias, Iggy e o sargento foram sendo torturados e mutilados pelos soldados japoneses. No dia 7 de Março, a unidade de Iggy encontrou seu corpo e o do sargento totalmente destruídos e quase irreconhecíveis. A morte de Iggy traumatizou John Bradley por quase toda a sua vida.
 
 
 
 

 

Quem Foi Hank Hansen?

 
Henry Oliver Hansen (1919-1945) foi um fuzileiro paraquedista americano que lutou e morreu em Iwo Jima. Conhecido como Hank pelos amigos, ele já era um veterano da Guerra do Pacífico e Iwo Jima seria sua última luta. Capturou o Monte Suribachi com os outros homens analisados aqui e ajudou a plantar a primeira bandeira no monte. Acabou morrendo em 1 de Março na luta contra os japoneses no norte da ilha.
 
 
 
 

A Polêmica Foto da Bandeira

 
No dia 23 de Fevereiro de 1945, após um brutal desembarque numa ilha fortaleza, os americanos capturavam o ponto mais alto e crucial da ilha, o Monte Suribachi. A escalada foi rápida e a resistência inimiga leve. Chegando ao topo, os fuzileiros encontraram algumas barras de ferro e colocaram uma pequena bandeira da companhia numa das barras de ferro. Um fotógrafo que acompanhava a tropa tirou a foto dessa primeira bandeira. Todas as forças americanas concentradas na ilha comemoravam essa importante captura. Na praia de desembarque, o secretário da marinha, James Forrestal, ordenou a retirada da bandeira, pois, ele a queria em seu escritório particular como um troféu. Essa decisão deixou os americanos irritados, mas ordens eram ordens. Uma segunda tropa subiu o monte, baixou a primeira bandeira e colocou uma bandeira maior no monte. O momento da colocação da bandeira (vide a imagem acima) foi registrada por um segundo fotógrafo e seria essa foto e não a primeira que se tornaria o símbolo da vitória americana no Pacífico. Após a guerra, o governo americano manteria a foto da primeira bandeira escondida, mas depois a soltaria para o público reagir a essa foto que quase ficou esquecida na História (vide a imagem abaixo).
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Quem Foi James Forrestal?

 
James Forrestal (1892-1949) foi o Secretário da Marinha Americana e logo depois o primeiro Secretário de Defesa dos EUA. Responsável em administrar a distribuição de recursos para as forças navais americanas, James Forrestal adorava assistir as batalhas de perto e sempre acompanhou o avanço americano pelo Pacífico. Foi em Iwo Jima onde Forrestal ordenou que a primeira bandeira fosse transformada em uma lembrança daquela batalha em seu escritório particular. Após a guerra, o presidente Truman promoveu Forrestal para Secretário de Defesa em 1947. Porém, nunca conseguiu cumprir sua agenda, que era impedir o avanço soviético pelo mundo, por sérios problemas de saúde. Em 1949, pediu demissão do cargo e foi se tratar. Nesse mesmo ano foi encontrado morto pendurado numa escadaria do hospital onde estava se tratando. A polícia declarou que ele havia cometido suicídio. Até hoje existem teorias conspiratórias que Forrestal fora assassinado por ter tido envolvimento no Incidente de Roswell em 1947 e que planejava falar a verdade para o público sobre tal caso (mas isso é outra história).
 
 
 
 
 
 

Quem Foi Harlon Block?

 
Harlon Henry Block (1924-1945) foi um fuzileiro americano que lutou e morreu na Batalha de Iwo Jima. Foi também um dos seis homens a plantar a bandeira americana no topo do Monte Suribachi. Foi o segundo homem do grupo da bandeira à morrer em Iwo Jima. Foi morto por um morteiro japonês no norte da ilha.
 
 
 
 

Quem Foi Franklin Sousley?

 
Franklin Sousley (1925-1945) foi um fuzileiro americano que lutou e morreu na Batalha de Iwo Jima. Foi um dos seis homens a colocar a famosa bandeira no topo do Monte Suribachi. Foi o último homem do grupo da bandeira a ser morto na batalha. No dia 21 de Março, quando a luta estava finalmente chegando ao fim, Sousley acabou sendo morto por um atirador japonês enquanto patrulhava, com sua unidade, uma estrada no norte da ilha.
 
 
 

Quem Foi Joe Rosenthal?

 

Joe Rosenthal (1911-2006) foi um fotógrafo e correspondente de guerra. Em 1943, Joe foi despachado para seguir as tropas americanas no Norte da África. Depois do fim da campanha, em 1944, Joe foi enviado para o Pacífico onde acompanhou os fuzileiros americanos e presenciou as batalhas sangrentas contra o Japão. Em 1945, Joe desembarcou em Iwo Jima, dias após o início da batalha e foi enviado, junto com outros correspondentes para o Monte Suribachi. Lá no topo, Joe foi o homem que tirou a famosa foto da bandeira americana e conheceu brevemente os homens que a colocaram. De volta aos EUA, Joe recebeu o Prêmio Pulitzer por melhor foto de 1945. Mesmo se tornando um homem famoso, Joe continuou a ser fotógrafo por mais 35 anos até se aposentar em 1981. Em 2006, Joe faleceu de causas naturais num asilo para idosos na Califórnia.
 
 
 
 

Quem Foi Alexander Vandergrift?

 
Alexander Vandergrift (1887-1973) foi um general-fuzileiro e comandante-chefe do Corpo de Fuzileiros Navais americano. Em 1942, Alexander liderou a quase desastrosa Campanha de Guadalcanal e obteve para os EUA a primeira grande vitória terrestre contra os japoneses. No anos de 1943, ele continuaria a liderar seus homens pelo resto das Ilhas Salomão até finalmente alcançar o posto de general quatro-estrelas e retornar para os EUA, onde comandaria todo o Corpo de Fuzileiros até o final da guerra. Em 1949, Vandergrift se aposentou do comando dos fuzileiros e escreveu um livro sobre suas batalhas em 1964. Em 1973, Vandergrift acabou ficando doente e morreu num hospital em Maryland.
 
 
 
 

Bibliografia: