"O Barco - Inferno no Mar" - A Batalha pelo Atlântico
"O Barco - Inferno no Mar" é um filme alemão de 1981 que conta a história real da tripulação de um submarino alemão durante a brutal Batalha do Atlântico na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Dirigido pelo fantástico Wolfgang Petersen, o filme é uma obra-prima do cinema. Com um elenco de atores alemães fenomenal, "O Barco - Inferno no Mar" é um filme tenso e épico. Com incríveis efeitos práticos, incluindo um submarino alemão real da Segunda Guerra que foi usado no filme, é talvez um dos poucos filmes ultra-realistas sobre o maior conflito da História. Extremamente recomendável, pois é um filme difícil de esquecer após ver a primeira vez.
A Base Naval de La Rochelle
Após a queda da França em Junho de 1940, os alemães ocuparam as principais cidades portuárias francesas no Atlântico e construíram enormes bases navais para seus submarinos. La Rochelle possuía as maiores docas para submarinos e era extremamente bem defendida. Mesmo sofrendo poderosos ataques aéreos, as docas sobreviveriam e continuariam a enviar submarinos para o Atlântico. Mesmo após a invasão aliada na França em 1944, La Rochelle seria cercada e controlada pelos alemães até o fim da guerra na Europa. Até hoje é possível visitar as docas dos temíveis U-Boats.
A Marinha Alemã
A Marinha Alemã ou Kriegsmarine foi criada em 1935 e dissolvida em 1945 no fim da Segunda Guerra. Ela foi a principal força naval da Alemanha. De início a marinha possuía poderosos navios de guerra e alguns poucos submarinos, mas com o passar do conflito, a maioria dos navios estavam afundados ou escondidos na Noruega. Somente os submarinos continuaram a oferecer uma enorme ameaça para as forças navais aliadas. O comandante naval dos submarinos, Karl Dönitz se tornaria o novo líder supremo da Alemanha após a morte de Hitler e seria responsável pelo fim da guerra na Europa.
Os Letais U-Boats
Os U-Boats eram os submarinos usados pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Eram rápidos, silenciosos e letais com seus torpedos e canhões. Milhares de navios aliados seriam afundados por essas máquinas de guerra letais. A tripulação era muito bem treinada e extremamente fiel a causa do nazismo. Muitos capitães eram veteranos da Primeira Guerra Mundial e foram essenciais em criar uma força de elite que quase derrotou os aliados no mar. Quando a guerra acabou em 1945, só uma dúzia desses submarinos haviam restado após a mais longa batalha naval da guerra.
Os Torpedos
Torpedos eram explosivos localizados num longo cilindro de metal que quando lançado na água se movia rapidamente com uma pequena hélice na traseira. Vários navios de guerra usaram essas armas, mas foram os submarinos que usaram sua enorme capacidade de destruição contra os comboios que navegavam pelo Atlântico. É usado até hoje!
A Batalha Mais Longa da Segunda Guerra - O Atlântico
A Batalha do Atlântico foi a mais longa batalha da Segunda Guerra. Ela durou toda a guerra e quase levou os aliados (por duas vezes) a derrota final. Porém, com a introdução de novas táticas de combate e defesa, os aliados conseguiram vencer os submarinos alemães e italianos numa luta muito violenta. De 1939 até 1941, os alemães dominavam as rotas mercantes com seus submarinos. Mas, de 1942 até 1943, os aliados entraram com novas armas e táticas de combate e derrotaram os submarinos alemães. De 1944 até 1945, alguns poucos submarinos alemães se aventuraram pelo Atlântico, afundaram alguns navios, mas a maioria foi afundada pelas unidades anti-navais dos aliados.
Os Rivais dos U-Boats - Os Detroieres Britânicos
As maiores ameaças dos U-Boats eram os destroieres britânicos. Rápidos e resistentes, esses navios carregavam canhões, torpedos e cargas de profundidade. Utilizavam o sonar e raramente erravam o alvo. As chances de um U-Boat afundar um desses navios era bem baixa. Foi por causa desses navios que os aliados puderam recuperar as rotas comerciais, proteger os comboios e derrotar de vez a ameaça dos submarinos alemães.
A Arma Secreta dos Aliados - O Sonar
O sonar foi a arma mais importante dos aliados para vencerem a luta contra os U-Boats alemães. Operado por dois homens em cada navio de guerra, o sonar localizava o som mais alto e mais próximo do navio que o usava. Se qualquer tipo de barulho fosse localizado e identificado como uma ameaça, os navios disparavam cargas de profundidade para destruir seus alvos submersos ou força-los a se emergir na superfície para captura ou destruição.
A "Coluna" dos Aliados - Os Comboios
Os aliados só sobreviveram ao poderio alemão graças aos milhares de navios de carga que levavam suprimentos para a Europa e fortalecia cada vez mais a resistência contra o nazismo. No início da guerra, os cargueiros aliados viajavam sozinhos e sem escolta. Muitos foram afundados pelos U-Boats. Com o passar dos anos, os navios formavam enormes grupos de 50 durante as longas viajens para a Europa. Assim mesmo, os U-Boats usavam suas táticas de matilhas para afundar grandes números de cargueiros. Mas, tudo mudou quando esses comboios receberam poderosas escoltas que não só defendiam os cargueiros como também caçavam e afundavam os submarinos alemães. No fim da guerra, os comboios dominavam o Atlântico.
As Cargas de Profundidade
As cargas de profundidade foram criadas para destruir submarinos inimigos. Elas já eram usadas desde o século XIX. Mas, foi só na Segunda Guerra que se mostraram eficazes contra os submarinos. Essas bombas eram lançadas pelos navios de escolta e explodiam após um determinado período. O estrago era enorme e raramente algum submarino sobrevivia a esse tipo de ataque. Nos últimos anos, os aliados iriam aperfeiçoar essa arma e deixa-la mais letal do que antes.
A Fortaleza Britânica no Mediterrâneo - Gibraltar
Durante a Segunda Guerra Mundial, Gibraltar era a principal base naval britânica no Mediterrâneo. Mesmo sendo uma fortaleza, Gibraltar era constantemente atacada por canhões e aviões italianos. Até mesmo a Espanha ameaçou invadir a península em 1941, mas mudou de ideia e ficou neutra. Infelizmente, os britânicos não conseguiriam impedir a chegada dos U-Boats alemães, pois não havia navios de guerra suficientes para tal tarefa. Assim, a guerra naval seria longa e cansativa.
Os Navios Corsários
Os navios corsários eram cargueiros convertidos em navios de guerra. Sua tripulação original era mantida, mas carregava uma tropa armada da marinha para proteção e missões de abordagem. Os alemães foram os que mais usaram essa unidade naval nas duas Grandes Guerras. Na Segunda Guerra, mesmo com os U-Boats sendo a maior ameaça para os comboios aliados no Atlântico, os navios corsários também causavam estrago e medo. A tática favorita desses navios era de usarem uma bandeira de um país neutro, se infiltrar num comboio e afundar o maior número de cargueiros possível antes da reação da escolta. O corsários eram muito difíceis de serem caçados e carregavam armas pesadas como: canhões navais, baterias antiaéreas e até mesmo torpedos.
O Portão para o Mediterrâneo - O Estreito de Gibraltar
O Estreito de Gibraltar é uma das passagens navais mais importantes do mundo. É a única conexão direta entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Durante a Segunda Guerra a Marinha britânica, em sua base em Gibraltar, vigiava a entrada e saída de navios neutros, para descobrir se não havia nenhum navio corsário infiltrado. Porém, com o desenrolar da guerra, a vigilância diminuiu no estreito e centenas de U-Boats alemães adentrariam no Mediterrâneo, onde causariam grande estrago nos comboios aliados até o fim da guerra. Recentemente, o estreito é vigiado pela Espanha e por Gibraltar. De vez em quando há alguns momentos de tensão entre os dois territórios, mas nenhum levou a um conflito armado.
O Pesadelo dos U-Boats - Os Caça-Submarinos
Talvez a arma mais perigosa contra os U-Boats foi o caça-submarino. Esse tipo de avião foi criado para localizar e afundar os submarinos alemães antes que estes pudessem atacar um comboio. Usando um incrível sistema de radar e sonar essas máquinas facilmente localizavam os submarinos e os perseguiam até afundá-los. Quando um U-Boat era localizado, o avião dava sua última posição, caso fosse abatido, e atacava o navio inimigo com bombas, torpedos ou cargas de profundidade. A maioria dos U-Boats afundados seria por causa dessa nova arma dos aliados.
O Fim dos U-Boats
Em 1945, os U-Boats não eram mais uma ameaça para os comboios aliados. Com novas táticas de combate como os caça-bombardeiros e o sonar, os U-Boats eram facilmente afundados e poucos retornavam para novos ataques. Para piorar, os aliados fizeram bombas especiais para destruir as docas dos submarinos na França. Sem essas docas, os U-Boats não tinham como continuar a campanha no Atlântico. Quando a Alemanha se rendeu, havia poucos U-Boats ainda ativos e isolados no Atlântico. Alguns continuaram a lutar até serem afundados e outros se renderam quando souberam do fim da guerra. Assim terminava a era gloriosa da guerra submarina.
Bibliografia:
- Revista "Aventuras na História - Grandes Guerras - Edição de Colecionador - 100 Melhores Filmes de Guerra de Todos os Tempos". Ed. Abril. São Paulo, SP, 2008.
- https://en.wikipedia.org/wiki/La_Rochelle (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Kriegsmarine (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/U-boat (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Torpedo (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_the_Atlantic (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Navy (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Sonar (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Convoy (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Depth_charge (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Gibraltar (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Merchant_raider (página em inglês).
- https://en.wikipedia.org/wiki/Strait_of_Gibraltar (página em inglês).