sexta-feira, 10 de março de 2017

Análise Histórica de "Agonia e Glória"

 

"Agonia e Glória" - A Vida do Soldado Numa Guerra

 
"Agonia e Glória" é um filme americano de 1980 dirigido por Samuel Fuller e estrelado por Lee Marvin, Mark Hamill, Robert Carradine, Bobby Di Cicco e Kelly Ward. Os personagens são fictícios, mas a história é real. Ela se foca na Primeira Divisão Americana (The Big Red One) e as campanhas que participou pela Segunda Guerra. O filme é épico, sua música é estonteante, a atuação é boa e as batalhas bem legais. Mesmo tendo alguns erros no uso de armas e veículos que não pertenciam à época, o filme não decepciona e recomendo para aqueles que gostam de um pouco de aventura num dos maiores conflitos da humanidade.
 
 
 

A Primeira Divisão Americana

 
Criada em 1917, a Primeira Divisão Americana é uma tropa de infantaria muito bem treinada e considerada uma força de elite. Lutou na Primeira Guerra Mundial, mas ficaria mais famosa durante a Segunda Guerra Mundial. Após a vitória aliada, a Primeira Divisão lutaria nas principais campanhas militares da Guerra Fria. Até hoje a divisão existe e combate nos lugares mais perigosos do mundo como o Iraque e o Afeganistão. Ela tem o apelido de "Big Red One" por causa da cor vermelha na insígnia da divisão. É também a unidade de infantaria mais velha dos EUA, 100 anos de existência!
 
 
 

 

A Operação Torcha - A Primeira Ofensiva Anfíbia dos Aliados

 
A Operação Torcha foi uma grande ofensiva anfíbia que os aliados lançaram no Norte da África para derrotarem de vez as forças do Eixo que ameaçavam tomar o essencial Canal de Suez das forças britânicas. Em 8 de Novembro de 1942, duas divisões americanas e uma divisão britânica desembarcaram nas cidades costeiras de Casablanca (Marrocos), Oran e Argel (Argélia). Todas eram defendidas por tropas francesas facistas leais ao governo de Vichy. Mas, após o dia 10 de Novembro, todas essas forças francesas se renderam e mudaram de lado para os aliados. Depois de intensos ataques aéreos e navais da França e Itália, em 16 de Novembro, a operação era finalizada e considerada um imenso sucesso dos aliados. Com esse desembarque, as forças alemãs e italianas que lutavam no Egito, tiveram que iniciar uma corrida para a Tunísia, numa tentativa de se manterem no Norte da África e resistirem a esse ataque surpresa na sua retaguarda.
 
 
 

A França Vichy - Os Franceses Leais à Hitler


 
 
Governo francês estabelecido em 1940 após a derrota da França diante da guerra-relâmpago dos alemães. Sobre o comando do Marechal Petáin, a França Vichy controlava todo o sul da França e eliminava os grupos de guerrilha franceses que tentavam invadir a região norte, controlada pela Alemanha. Quando os aliados invadiram o Marrocos e a Argélia em 1942, ambas as colônias eram defendidas por tropas leais ao governo de Petáin e resistiram aos invasores por três dias antes de se renderem após uma ordem dada pelo Almirante Darlan. Com a rendição das forças francesas na África, a Alemanha invadiu o governo francês de Vichy e prendeu Petáin por traição. Porém, mesmo após o fim da guerra, muitos membros do antigo governo facista francês seriam perseguidos por De Gaulle e enforcados por trairem a França.
 
 
 

As Tropas Marroquinas - A Elite do Novo Exército Francês

 
As tropas marroquinas eram uma força de elite da Legião Estrangeira Francesa. Formadas por soldados marroquinos e liderados por oficiais franceses nascidos no Marrocos, esses eram os mais bem equipados e preparados soldados que a França possuía para continuar sua guerra contra a Alemanha. Quando os aliados invadiram o Marrocos, as tropas marroquinas foram as primeiras unidades francesas a se juntarem a eles e ficariam famosos em grandes batalhas pela África e Itália. Mesmo sendo excelentes soldados, os marroquinos acabaram sendo odiados pelas populações européias, principalmente a italiana, em relação ao seus métodos tribais como: saques de cidades livres, estupro de mulheres e a tortura e execução em massa de prisioneiros. Mesmo com esses crimes, nenhum marroquino foi considerado um criminoso ou julgado por esses crimes mesmo após o fim da guerra.
 
 
 

O Blindado AB41

 
O AB41 foi um blindado italiano usado na África em grandes números tanto por italianos quanto pelos alemães. Possuía um blindagem leve, mas era um veículo bastante rápido e eficaz em terrenos irregulares. Era usado para apoiar a infantaria e para patrulhas de longo alcance. Possuía uma metralhadora na frente e outra na torre. Seu armamento principal era um canhão de 20mm de recarga rápida. Era bom contra infantaria inimiga, mas inútil contra outros veículos blindados. Mais de 550 foram construídos.
 
 

A Batalha da Passagem de Kasserine

 
A Batalha da Passagem de Kasserine foi a última grande vitória do Eixo no Norte da África antes da derrota final diante do avanço aliado. Em Fevereiro de 1943, Erwin Rommel, comandante das forças ítalo-alemãs, lançou um ataque surpresa nas despreparadas tropas americanas e causou uma enorme confusão por vários dias até finalmente tomar a passagem. Porém, a ofensiva alemã perdeu força quando alcançou a cidade de Kasserine e se deparou com tropas americanas reforçadas e preparadas. A derrota em Kasserine seria uma árdua lição para os americanos sobre como enfrentar um inimigo com táticas e armas mais avançadas que dos próprios americanos.
 
 
 

A Tomada de Bizerta

 
 
A Tomada de Bizerta foi a última batalha que os americanos tiveram no Norte da África e fez parte da Operação Vulcão. O objetivo da operação era de capturar as cidades de Bizerta e Túnis e cercar o exército ítalo-alemão no Cabo Bon. Em 6 de maio de 1943 teve início a ofensiva e logo de cara os aliados enfrentaram uma feroz resistência alemã no caminho para as cidade. Mas no dia 10, americanos e britânicos conquistavam Bizerta e Túnis e isolavam mais de 300.000 alemães e italianos com o resto da Europa. No dia 13, os alemães e italianos se renderam para os aliados e com isso finalizavam a longa e árdua Campanha do Norte da África.
 
 
 

A Operação Husky - A Invasão Aliada na Sicília

 

A Operação Husky foi uma enorme ofensiva anfíbia aliada contra a ilha italiana da Sicília, essencial para dar início a invasão da Itália. Após a derrota do Eixo na África, os aliados decidiram invadir a Europa de Hitler pelo seu aliado mais fraco: Benito Mussolini. Em 9 Julho de 1943, tropas aliadas invadiram a ilha e encontraram uma feroz resistência por parte da guarnição ítalo-alemã. Depois de várias semanas de intensos combates, os alemães evacuaram suas forças e abandonaram seus aliados italianos para os aliados. Em 17 de Agosto, os aliados dominaram a ilha. Com essa imensa derrota, Benito Mussolini foi derrubado no poder pelos seus próprios generais e a Itália saiu da guerra. Mas, Hitler ordenou a ocupação de toda a Península Italiana numa ousada tentativa de barrar o avanço aliado na Europa.
 
 
 
 

O Exército Italiano

 
O Exército Real Italiano foi criado em 1861, após a unificação da Itália, e lutou nas maiores guerras do final do século 19 até metade do século 20. Durante a Segunda Guerra Mundial, os italianos eram bastante numerosos e possuíam uma excelente artilharia. Mas, boa parte dos armamentos da infantaria e de tanques já era bastante obsoletos em comparação aos dos alemães e dos aliados. Após a desastrosa campanha na África, o exército italiano estava totalmente desmoralizado e acabou se rendendo em 1943 após a campanha da Sicília. Em 1946, o Exército Real Italiano era dissolvido e um exército mais moderno ocupava seu lugar.
 
 
 
 

A Batalha do Bolsão - A Última Ofensiva Alemã contra os Aliados

A Batalha do Bolsão ou também chamada de a Batalha das Ardenas, foi a última chance dos alemães de derrotarem as forças aliadas antes que estas invadissem a Alemanha. Aproveitando o rigoroso inverno europeu, os alemães lançaram uma imensa ofensiva que pegou os aliados de surpresa. Mesmo com a surpresa inicial, os aliados se recuperaram de imediato e logo após o fim da ofensiva alemã, lançaram um contra-ataque que retomou tudo que perderam para os alemães no início da batalha. No fim a ofensiva alemã foi um fracasso e nunca mais a Alemanha teria condições lançar um ataque como o que foi usado nas Ardenas.
 
 
 

A Campanha do Ruhr - O Fim da Indústria Bélica Alemã

 
Também conhecido como o Bolsão do Ruhr, foi uma curta mas, árdua campanha americana para neutralizar de vez a indústria bélica alemã. Mesmo após uma longa campanha aérea, os aliados não haviam ainda conseguido destruir de vez as fábricas alemãs. Quando os americanos atravessaram as defesas alemãs no Rio Reno, eles rapidamente cercaram o Vale do Ruhr, onde ficavam as fábricas alemãs, e isolaram mais de 400.000 alemães do resto da Alemanha. Após um mês de intensos combates, mais de 317.000 alemães se renderam para os americanos. Mesmo depois do fim da guerra, tropas britânicas tiveram que enfrentar uma feroz guerrilha de nazistas que duraria até 1946.
 
 
 

A Juventude Hitlerista - O "Futuro do Reich"

 
A Juventude Hitlerista foi uma organização paramilitar do Partido Nazista com o objetivo de criar forças de elite formadas pelas gerações mais novas da raça "ariana". Criada em 1933, quando Hitler assumiu como Chanceler, a organização de início só praticava marchas propagandísticas em favor do regime nazista e perseguiam judeus e comunistas pelas principais cidades da Alemanha. Com o início da Segunda Guerra, a entidade foi transformada num centro de treinamento para novas divisões de elite da Waffen-SS. Mesmo sendo bem treinados, equipados e fanáticos diante do Nazismo, a Juventude acabaria sendo dissolvida com a derrota final da Alemanha em 1945. Milhares de jovens e crianças seriam mortos pelas forças aliadas e várias gerações futuras de alemães deixariam de existir por muitos anos.
 
 

Bibliografia: